Engana-se que o trabalho escravo é apenas no campo, há pessoas sendo submetidas a esse tipo de trabalho na área urbana. Pela primeira vez na história do país, o número de pessoas que são submetidas às condições de escravidão na área urbana é maior que no campo. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), foram libertados 2.208 trabalhadores no Brasil, destes, 1.228 nas cidades (56%).
Em 2012, cerca de 30% dos resgatados vivia nas cidades, sendo a construção civil como a maior responsável pelo aumento. Apenas no ano passado, 914 trabalhadores foram resgatados em obras.
A fiscalização no setor também aumentou, o que dá a entender que o trabalho escravo na construção civil não é algo recente. Com a chegada dos eventos como a Copa do Mundo e Olimpíadas, o Brasil passou a empregar muitas pessoas, e muitas delas não oferecem condições apropriadas ao trabalhador.
Para líderes que combatem o trabalho escravo, não dá para pensar que o trabalho escravo no campo acabou, mas que houve uma atenção maior na zona urbana e que a fiscalização tem sido intensificada nas grandes cidades.
O estado de São Paulo lidera o número de liberadores, segundo o CPT, em cada quatro liberações, um ocorreu em território paulistano, totalizando 24%. O trabalho escravo em São Paulo aumentou 125% em relação a 2012, logo atrás de Minas Gerais (440), Bahia (149), Pará (141) e Ceará (89).
Dentre as cinco regiões brasileiras, o Sudeste lidera com 1.147 libertações, em seguida do Nordeste (330) e Centro-Oeste (309). Campeã em casos de trabalho escravo, desta vez a Região Norte apresentou 274 resgates, contra 1.054 de 2012.
Estudiosos afirmam que o regime de escravidão acontece em grandes proporções em áreas de fronteira, as quais estão em expansão, e não quer dizer que a diminuição dos resgates no Norte do país mostra que esse tipo de trabalho diminuiu, muito pelo contrário.