Thomaz Bellucci precisou de duas horas e 36 minutos para conseguir bater o argentino Leonardo Mayer. Não bastasse isso, ele precisou retornar pouco tempo depois ao Ginásio do Ibirapuera para enfrentar o italiano Filippo Volandri. Segundo o jogador, o fator agravante para sua derrota foi o cansaço, descartando uma lesão específica.
Volandri avançou à final do Aberto do Brasil, vencendo Bellucci por 2 sets a 1. “Entrei na quadra muito cansado. Em 12 horas não dá para recuperar”, explicou Bellucci, que concluiu a vitória sobre Mayer por 3/6, 6/3 e 7/5 perto das 0h30 (de Brasília) deste sábado. Por volta das 16h30 do mesmo dia, o tenista retornou à quadra, encarando Volandri, que havia jogado por cerca de duas horas na rodada anterior, para vencer o argentino David Nalbandian também em três sets: 3/6, 6/3 e 7/5. O confronto encerrou às 21h30 de sexta-feira.
Bellucci, por conta dos resultados no Aberto do Brasil, subiu quatro posições no ranking da ATP e é agora o número 34 do mundo e continua 1º do Brasil. Ele apontou que teria desistido da disputa se não fosse a presença da torcida que compareceu em peso ao Ginásio de São Paulo. Os torcedores ocuparam praticamente a lotação máxima do local, com 10 mil espectadores.
“Acho que se fiquei na quadra foi por respeito à torcida. Se fosse um torneio fora do Brasil provavelmente não iria ficar até o final. Eu via que o pessoal estava indo embora [no terceiro set], todo mundo sabia que a chance de eu ganhar seria muito pequena”, afirmou.
Ainda diante de Volandri, Bellucci solicitou atendimento médico já no primeiro set, quando sacava em 5/5 e 40-40. Apesar de ter conseguido fechar o parcial, o brasileiro não teve mais forças para manter o jogo. No segundo e terceiro set se agachou diversas vezes, levando as mãos às pernas.
Ele confirmou mais tarde em entrevista que estava sentindo cãibras, além do cansaço pela duração da partida com Mayer e pelo esforço do confronto com Volandri. “Em nenhum esporte você disputa um jogo e depois de 12 horas tem que entrar na quadra de novo. Ontem [sexta] o jogo foi muito desgastante mentalmente. Estive muito perto de perder, foi uma das vitórias mais emocionanes da carreira”, lembrou ele, que estava perdendo por 5/3 na terceira parcial para o argentino antes de virar, com um 7/5.