Nesta terça-feira, 17 de janeiro, foi publicado pela imprensa italiana um telefonema entre o capitão do navio Costa Concordia e a Capitania dos Portos, confirmando que Francesco Schettino abandonou o cruzeiro antes que todos os passageiros fossem retirados e não retornou ao barco, mesmo com a ordem de voltar. O cruzeiro naufragou na última sexta-feira na ilha de Giglio, centro da Itália.
A imprensa do país transcreveu trechos da conversa entre o capitão de 52 anos e a Capitania dos Portos, onde Schettino revela ter deixado a embarcação. Às 21h54, o cruzeiro já estava encalhado, e o capitão afirma que estava tudo correndo bem, mas que ele passava por problemas técnicos. De acordo com o Corriere della Sera, a Capitania dos Portos questionou quantas pessoas estavam na embarcação.
O navio ainda estava cheio, mas o capitão disse que restavam somente entre 200 a 300 pessoas a bordo. A resposta de Schettino gerou suspeita, e então a Capitania perguntou se ainda estava no navio. O comandante confessou que o cruzeiro se inclinava e que ele havia deixado a embarcação. A Capitania ordenou que ele voltasse ao navio e coordenasse a evacuação dos passageiros.
Mesmo com a ordem de retornar a embarcação, Schettino não voltou, apesar de garantir que voltaria. Testemunhas afirmam que o viram pegar um táxi com destino a um hotel. A empresa Costa Cruzeiros informou que o naufrágio foi provocado por uma falha humana de Schettino. As equipes de resgate já encontraram seis corpos e ainda buscam por 29 desaparecidos.