O surfista de nacionalidade brasileira, Audemir Calunga, se submeteu, no final da noite de ontem, a uma cirurgia para que fosse retirada uma quantidade de areia de dentro de seus pulmões. O procedimento, chamado broncoendoscopia, é um aspirador, com uma câmera, que entra no corpo da pessoa e retira os grãos.
Segundo declarou o empresário Petronio Tavares, que é quem está ao lado do surfista desde a manhã do acidente (domingo) “Ele estava sem sedação deste a manhã de hoje (segunda-feira), mas o pneumologista, depois de uns exames, achou melhor fazer rápido esse procedimento. Se ele acordasse neste período e tivesse com areia nos pulmões, ia sentir muita dor”, disse.
O surfista potiguar, que tem 39 anos, está internado na UTI de um hospital na Cidade do México, em coma induzido. No último domingo, quando encarou uma onda gigante na praia de Zicatela, em Puerto Escondido, seu rosto foi perfurado por sua própria prancha. Além da batida, o surfista também sofreu parada cardiorrespiratória e foi reanimado na praia, antes de ter sido levado ao hospital. Na manhã de ontem, ele teve a sedação retirada, mas seria necessário em torno de 12 horas para ver se Calunga acordava. Antes desse tempo, todavia, ele foi novamente sedado para poder ser submetido ao procedimento de retirada da areia.
Outro fator que requer muita atenção da equipe médica é que o brasileiro, desde as 18h (de Brasília) de ontem está com muita febre (aproximadamente 38,2º). Como ele está na UTI, segundo uma enfermeira disse em conversa com o empresário, a febre não é considerada bom sinal.
Enquanto o surfista Audemir Calunga não acorda, ainda não é possível dizer qual é, ou se ele terá, algum dano cerebral. Até as 23h (de Brasília), a atividade cerebral dele estava estável, assim como sua pressão e bem como a saturação de oxigênio no sangue.
Calunga é um dos principais surfistas de ondas grandes do país e já surfou em “paredões” na Indonésia, Tahiti, Chile e Havaí. Antes de ir para o México, ele postou uma mensagem em seu Facebook na última sexta-feira: “Depois de oito anos retorno a Puerto Escondido, muito respeito e adrenado. Que Deus nos guarde”.