Em função das empresas estatais, o governo registrou um superávit primário no valor de 5,375 bilhões de reais para o mês de fevereiro. Esses dados foram repassados pelo Tesouro Nacional ontem. Embora esse valor seja apenas 75% daquilo observado no mês de janeiro, esse número tornou-se recorde histórico para um mês de fevereiro. Na somatória dos dois meses de 2012 a economia feita para pagamento de juros já atingiu mais de 90% daquilo que o governo estimava para os quatro primeiros meses. O valor está em 26,299 bilhões de reais.
Segundo Arno Augustin, secretário do Tesouro Nacional, isso faz com que haja “espaço relevante” para que o governo desonere a folha de pagamento das indústrias com o objetivo de melhorar o desempenho econômico. Essa declaração de Augustin foi dada ontem, uma semana antes da data proposta pelo governo para apresentar novas medidas para estimular o setor industrial. Segundo o secretário, há espaço para novos estímulos e o importante de se observar é que isso não terá um efeito muito forte para as contas do governo em função desse número já apresentado até agora. Ele ressaltou ainda que embora a desoneração reduza a receita destinada ao governo, essa medida tem efeito positivo e importante para a economia e o governo brasileiro tem capacidade de fazer sem prejudicar os ganhos do governo.
O secretário do Tesouro Nacional disse que o governo possui, de forma segura, facilidades para fazer essa desoneração sem criar outros problemas econômicos. Ele acrescentou ainda que o Tesouro ficará responsável em cobrir o valor da arrecadação do INSS para Previdência Social depois que a folha das indústrias forem desoneradas. Segundo Augustin, não haverá problema porque o Tesouro vai fazer esse papel.
Essa lucratividade que pode sustentar a desoneração é resultado da manutenção e rentabilidade das empresas estatais. Só no mês passado, a receita foi de 4,961 bilhões de reais resultantes somente de empresas estatais. Esse valor é 220% maior se comparado com fevereiro de 2011.