Há um tempo o Brasil já tem sofrido com o tempo seco e quente, mas nada se compara ao verão de 2014 que foi o mais agressivo dos últimos 71 anos. Em decorrência dessa situação climática, o período não trouxe águas e a tendência é que o clima fique mais seco, refletindo assim nos alimentos, que ficarão mais caros. Os preços altos dos alimentos não são de agora, durante o ano passado, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os preços tiveram um aumento de 8%.
A seca tem trazido consequências, principalmente para as safras. O que está sendo colhido agora, é fruto de plantas que cresceram no começo do ano, debaixo de um tempo seco e sem chuvas, o que contribui para que as doenças se proliferassem. Outro fato está em relação a quantidade e qualidade que estão decaindo a cada dia, e em razão disso, o preço poderá subir. “Já temos registros de produtores com quebra de 30% na produtividade”, afirma Renata Pozelli, analista de mercado do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que está vinculada à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP).
Consequências
Um exemplo de quem está sofrendo diretamente com o problema da falta de chuva, é do produtor rural Carlos de Oliveira Prates, que planta melancias e abóboras em Anhembi (SP), mesmo com 30 funcionários em sua colheita, assistiu a sua plantação perder toda a produtividade em 30% somente na última colheita, após tantas percas, o agricultor diz que prefere não planejar o futuro baseando-se em sua plantação. Ele também conta que sua situação só não está pior porque ele possui uma pequena regadura em sua roça. “A gente só conseguiu subir mais 15% no preço dessa safra”, relata. Os preços têm subido gradativamente.