Segundo dados divulgados ontem pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), a quantidade de famílias endividadas em todo o país teve um aumento de 6,39% se comparados os dados de 2010 e 2011. A pesquisa foi realizada por meio de entrevista com 18 mil famílias, as quais foram feitas durante os dois anos. As entrevistas indicaram que pelo menos 62,5% das famílias possuem algum tipo de dívida. Em 2010, quando a mesma pesquisa foi feita, os dados indicaram que somente 58,6% das famílias possuíam algum tipo de dívida. O aumento das dívidas, em valor, aumentou 11,57%. Se em 2010 as famílias deviam R$ 145,1 bilhões, esse número saltou para R$ 161,9 bilhões no ano passado. Dividindo por mês a dívida equivalia a R$ 13,5 bilhões a cada mês em 2011, sendo que em 2010 esse valor chegava a R$ 12,1 bilhões.
Cresceu também o rendimento das famílias, segundo dados da pesquisa
A pesquisa evidenciou que ao mesmo tempo em que as dívidas aumentaram, o rendimento das famílias também cresceu 11,7%. Conforme explicou Guilherme Dietze, assessor econômico da Fecomercio, com o aumento do salário, as famílias também aumentaram o percentual comprometido com dívidas. Como a renda também aumentou e as famílias, aos poucos, vão pagando as dívidas, o cenário não está tão crítico. Segundo Dietze, as famílias continuarão se endividando, mas poderão quitar as dívidas na sequencia. Em média, as famílias usam 29,5% da renda para pagar dívidas. Para o economista, o valor de 30% ainda é saudável e não prejudica o orçamento. Dietze diz ainda que o correto é dividir a renda em 30% para gastos fixos, outros 30% para gastos voluntários e mais 30% para dívidas. A pesquisa mostrou também que a inadimplência caiu 2 pontos percentuais.