Emilia Ferreiro e Ana Teberosky são duas renomadas psicólogas e pesquisadoras argentinas que contribuíram significativamente para o campo da educação, especialmente no que diz respeito à alfabetização infantil. Suas pesquisas trouxeram novas perspectivas sobre como as crianças aprendem a ler e a escrever, desafiando métodos tradicionais de ensino e propondo abordagens mais centradas no desenvolvimento cognitivo dos alunos.
Qual a teoria de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky? A teoria de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, conhecida como Psicogênese da Língua Escrita, propõe que a aquisição da escrita pelas crianças é um processo construtivo e ativo. Segundo essa teoria, as crianças passam por diferentes níveis de compreensão e representação da escrita, desde a fase pré-silábica até a fase alfabética. Elas defendem que, ao invés de simplesmente memorizar letras e palavras, as crianças constroem seu conhecimento sobre a escrita através de interações sociais e experimentações.
Fases da Psicogênese da Língua Escrita
A teoria de Ferreiro e Teberosky descreve várias fases pelas quais as crianças passam ao aprender a escrever. Essas fases são:
1. Fase Pré-Silábica: Nesta fase, a criança ainda não compreende a relação entre os sons e as letras. Ela pode usar símbolos ou rabiscos que não têm correspondência com os sons das palavras.
2. Fase Silábica: Aqui, a criança começa a perceber que as letras representam sons, mas ainda não compreende totalmente a correspondência entre letras e fonemas. Ela pode usar uma letra para representar uma sílaba inteira.
3. Fase Silábico-Alfabética: Nesta fase, a criança começa a combinar a compreensão silábica com a alfabética, utilizando mais de uma letra para representar uma sílaba, mas ainda de forma inconsistente.
4. Fase Alfabética: Finalmente, a criança entende que cada letra ou grupo de letras representa um som específico, e começa a escrever de forma mais convencional e correta.
Impacto na Educação
As descobertas de Ferreiro e Teberosky tiveram um grande impacto na educação, especialmente na forma como a alfabetização é abordada nas escolas. Elas mostraram que a aprendizagem da escrita é um processo ativo e construtivo, e que as crianças precisam de oportunidades para explorar e experimentar com a escrita em contextos significativos. Isso levou a uma mudança de enfoque, passando de métodos de ensino baseados na memorização para abordagens mais interativas e centradas no aluno.
Além disso, a teoria de Ferreiro e Teberosky destacou a importância do ambiente letrado e das interações sociais no desenvolvimento da escrita. Elas argumentam que as crianças aprendem melhor quando estão imersas em um ambiente rico em textos e têm oportunidades de interagir com adultos e colegas sobre a escrita.
As contribuições de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky continuam a influenciar práticas pedagógicas e pesquisas sobre alfabetização em todo o mundo, promovendo uma compreensão mais profunda e respeitosa do processo de aprendizagem das crianças.