O título de “doutor” é frequentemente utilizado para se referir a advogados no Brasil, gerando curiosidade sobre a origem e a justificativa desse costume. A prática é comum e amplamente aceita, mas muitos se perguntam por que os advogados recebem essa distinção, especialmente considerando que, tecnicamente, o título de doutor é geralmente reservado para aqueles que possuem um doutorado acadêmico.
Por que o advogado é chamado de doutor? A resposta a essa pergunta está enraizada na história e na tradição. No Brasil, a prática de chamar advogados de doutores remonta ao período colonial, quando o país ainda era uma colônia de Portugal. Naquela época, os profissionais formados em Direito pela Universidade de Coimbra, em Portugal, eram automaticamente intitulados como “doutores”, independentemente de terem concluído um doutorado. Essa tradição foi mantida mesmo após a independência do Brasil e a criação de suas próprias faculdades de Direito.
Origem Histórica
Durante o período colonial, a Universidade de Coimbra era uma das poucas instituições de ensino superior acessíveis aos brasileiros. Como resultado, os graduados em Direito dessa universidade eram altamente respeitados e reconhecidos como autoridades em questões legais. A titulação de “doutor” conferia prestígio e reconhecimento social, e essa prática foi incorporada à cultura jurídica brasileira.
Com a fundação das primeiras faculdades de Direito no Brasil, como a Faculdade de Direito de Olinda e a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, a tradição de chamar advogados de doutores foi preservada. Esses profissionais eram vistos como detentores de um conhecimento profundo e especializado, justificando o uso do título honorífico.
Reconhecimento e Prestígio
O uso do título de doutor para advogados também está relacionado ao reconhecimento e prestígio que a profissão jurídica possui na sociedade brasileira. Advogados desempenham um papel crucial na defesa dos direitos e garantias individuais, na interpretação e aplicação das leis, e na administração da justiça. O título de doutor reforça a ideia de que esses profissionais possuem um alto nível de conhecimento e competência, além de destacar a importância da sua atuação.
Embora a prática de chamar advogados de doutores não tenha base legal, é amplamente aceita e utilizada em diversos contextos, incluindo tribunais, escritórios de advocacia e instituições acadêmicas. É uma forma de reconhecimento e respeito pela formação e pelo trabalho dos profissionais do Direito.
O título de doutor atribuído aos advogados no Brasil tem raízes históricas e culturais profundas. Originado no período colonial, quando os graduados em Direito pela Universidade de Coimbra eram automaticamente intitulados doutores, essa prática foi mantida e incorporada à cultura jurídica brasileira. O uso do título reflete o prestígio e o reconhecimento social da profissão, destacando a importância do papel dos advogados na sociedade.