terça-feira, novembro 26, 2024
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Pesquisadores afirmam que games trazem benefícios às crianças

Pesquisadores afirmam que games trazem benefícios às criançasOs jogos eletrônicos sempre são cercados por muita polêmica. Por anos, os games foram considerados grandes vilões, por supostamente prejudicarem a visão e ajudarem no desenvolvimento de comportamentos agressivos. Contudo, recentemente, uma série de pesquisadores tem começado a demonstrar o oposto: no último sábado, em uma sessão do encontro da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), realizado em Chicago, foram apresentados diversos estudos que mostram os benefícios dos games para crianças, jovens e adultos.

Visão

A primeira apresentação trouxe evidências de que, ao contrário do que se costumava pensar, os games não fazem mal para a visão. A neurocientista Daphne Bavelier apresentou mais de dez anos de pesquisas que demonstram, inclusive, um aumento da precisão visual entre aqueles que jogam videogames.

Daphne fez outra descoberta surpreendente: os jogos violentos são ainda melhores para melhorar a visão. Obviamente, não é a própria violência dos games a responsável pelo melhor desempenho visual, mas a dinâmica dos jogos: neles, os jogadores precisam enfrentar alvos em constante movimento, o que ajuda a treinar a precisão visual.

Números

Dentre os vários experimentos realizados por Daphne, um envolveu jovens que jogaram games por nove semanas, totalizando 50 horas de jogo. Os jovens foram divididos em dois grupos: o primeiro jogou games de ação, considerados violentos, enquanto o segundo grupo ficou com games mais “tranquilos”, como o simulador The Sims.

Ambos os grupos tiveram, após as nove semanas, melhorias para perceber contrastes (algo muito importante, por exemplo, para quem dirige à noite). Contudo, aqueles que participaram dos games de ação tiveram um aumento de 43% na percepção de contrastes, enquanto o segundo grupo apresentou um ganho bem menor, de 11%. Esta melhoria perdurou por meses.

Raciocínio matemático

Outro dos destaques do evento foi apresentado por Daniel Schwartz, professor da Universidade de Stanford. Daniel criou o game Critter Corral, que tem como objetivo estimular o raciocínio matemático entre crianças de três e quatro anos. O game pode ser encontrado na iTunes Store, gratuitamente.

Um dos grandes objetivos da apresentação de Daniel foi diferenciar o que é exatamente “aprendizado”. Nos games, para ele, o aprendizado tem pouco a ver com explicações dadas dentro do próprio jogo, como no ensino tradicional. Ao invés disso, os jogos ensinam através de diferentes experiências, que têm a emoção como motor, não a intelectualidade.

Estudo

O estudo apresentado por Daniel Schwartz separou dois grupos de jovens. Um deles disputou missões de Call of Duty, game de combate em primeira pessoa. O outro grupo jogou Civilization, game de estratégia. Depois, todos tiveram de formular perguntas relacionadas à Segunda Guerra Mundial e ao desenvolvimento das nações.

Nenhum dos games possuía informações específicas sobre estes assuntos. Contudo, quem jogou Call of Duty se deu melhor nas questões sobre a Segunda Guerra, enquanto o grupo que ficou com Civilization teve um desempenho melhor nas perguntas sobre nações. Ou seja, foi a experiência com a simulação destes cenários que trouxe conhecimento para os jogadores, não as longas explicações com textos.

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