De acordo com o Eduardo Levy, diretor executivo do Sinditelebrasil (Sindicato das Operadoras de Telefonia Móvel do Brasil), a alta demanda por dados durante a Copa do Mundo pode causar problemas na telefonia móvel do país, principalmente congestionamento de linhas. Os locais que mais preocupam, no momento, são a Arena da Baixada, em Curitiba, e o Itaquerão, em São Paulo. Em ambos os casos, há atrasos em obras relacionadas às telecomunicações, além de problemas com a instalação de equipamentos. Devido ao atraso nas obras, é possível que estes locais não tenham uma instalação adequada de equipamentos e antenas. Segundo Levy, ainda não há condições comerciais e técnicas adequadas para a instalação da infraestrutura necessária nestes estádios.
Acordos
De acordo com o diretor de rede da Claro, Celso Birraque, as negociações relacionadas a São Paulo e Curitiba estão complicadas, principalmente porque não está sendo possível encontrar um acordo sobre os preços da infraestrutura nestas cidades. De um lado estão as operadoras, do outro, os consórcios responsáveis pela administração dos estádios.
Eduardo Levy afirma que, nos dois casos, as concessionárias responsáveis pelos estádios estão cobrando valores muito altos de aluguel para instalação das estruturas. Em alguns casos, o preço pedido chega a ser cinco vezes maior do que aquele praticado por outros estádios da Copa do Mundo.
Resposta
De acordo com a diretoria do Corinthians, responsável pela administração do Itaquerão, a situação é inversa: na verdade, as operadoras estão pagando a outros estádios valores cinco vezes mais baixos do que aqueles normalmente praticados pelo aluguel da estrutura. Os administradores da Arena da Baixada, até o momento, não se manifestaram em relação ao assunto.
Segundo números da Claro, o uso de conexões de voz durante as partidas da Copa do Mundo deve ser até oito vezes maior do que o normal, enquanto a utilização de pacotes de dados deve aumentar 18 vezes. Por isso, existe a necessidade de reforço na estrutura das operadoras.
Até o momento, metade dos estádios da Copa do Mundo (aqueles que participaram da Copa das Confederações) já possuem estes sistemas ampliados, sendo necessários apenas alguns pequenos ajustes. Segundo Birraque, a expectativa é de que, até o final de abril, todos os estádios já possuem o sistema.
Prazos
Além da questão financeira, que tem gerado impasse entre concessionárias e operadoras, São Paulo e Curitiba preocupam também devido ao prazo apertado. De acordo com especialistas no setor, são necessários 120 dias para que a estrutura esteja funcionando perfeitamente: a metade deste período é utilizada para a instalação das antenas, enquanto a outra metade é dedicada a testes e ajustes.
A estimativa é de que as operadoras brasileiras estejam investindo, no total, algo em torno de R$200 milhões em obras de infraestrutura para a Copa do Mundo. Cada estádio do Mundial poderá receber até 400 antenas. Contudo, mesmo com esta estrutura, é possível que exista congestionamento de linhas, principalmente em momentos de pico, como em gols, por exemplo. Nestes momentos, aumentam as conexões de voz e as publicações de imagens em redes sociais.