Com o rebaixamento da dívida portuguesa feito pela agência de classificação de riscos Moody’s para o grau especulativo, que foi anunciado nesta terça-feira (05), a Comissão Europeia fez críticas ao comportamento não só da agência em questão, mas de todas que realizam tal procedimento internacional. De acordo com a comissão, a hora escolhida para fazer a avaliação é questionável e gera dúvidas quanto a atuação das agências.
Na sequência do anúncio feito na terça-feira, a Moody’s rebaixou hoje (07) quatro bancos do mesmo país. No caso dos bancos, o declínio é dividido em duplas. As instituições governamentais Caixa Geral de Depósitos (CGD) e Banco Espírito Santo foram do nível Baa1 para Ba1. A variação representa a queda de três níveis. Já as instituições privadas Millennium BCP e Banif caíram em quatro níveis, que representa a transição de Baa1 para Ba2. Estas se encontra com a mesma qualificação que a dívida de Portugal.
Tanto a dívida geral quanto os bancos privados estão em grau especulativo. Conhecido popularmente como junk, o novo patamar do país pode ser traduzido como lixo. Para a agência Moody’s, a necessidade do rebaixamento se deu por entenderem que o país português vai precisar de uma segunda rodada de financiamentos antes de conseguir arrecadar fundos por conta própria no mercado internacional.
Por isso, a agência considera perigosa a atuação dos bancos em questão. Pelas críticas que surgiram a partir da Comissão Europeis, agora discute-se a possibilidade de criar uma instituição de classificação de riscos europeis, ao invés de deixar a responsabilidade nas mãos de agências.