Na manhã deste domingo, 23 de março, o Elevado Costa e Silva (conhecido popularmente como Minhocão) recebeu uma estrutura de lazer provisória, que ficará instalada no local até as 22h deste domingo. Apesar do frio na capital paulista, parte do Minhocão ganhou uma piscina com 50 metros de comprimento e 30 centímetros de profundidade.
O projeto foi criado pela arquiteta Luana Geiger, e deveria ter sido instalado no dia 1º de dezembro do ano passado. Contudo, devido à falta de autorização da prefeitura da cidade, somente agora foi possível instalar a estrutura.
Clima
Para azar de quem visitou o local, a capital paulista amanheceu pouco propícia à diversão em piscinas. Segundo o Centro e Gerenciamento de Emergências (CGE), a média de temperatura na capital, neste domingo, foi de 17 graus. Ao longo do dia, os termômetros não devem registrar temperaturas maiores do que 21 graus.
Além da baixa temperatura, a cidade também apresentou ventos frios e céu encoberto, o que deixou a sensação térmica ainda menor.
O projeto
A ideia inicial da arquiteta Luana Geiger era instalar a piscina no Minhocão durante a 10ª Bienal de Arquitetura, realizada no final do ano. O objetivo do projeto era discutir novas maneiras de se utilizar a cidade. Para encher a piscina, foram necessários quatro caminhões-pipa, que trouxeram ao local água tratada com cloro.
O projeto foi executado graças a um financiamento coletivo feito por Luana Geiger e pelo movimento Baixo Centro, parceiro da iniciativa. O espaço do Minhocão é, inclusive, utilizado pelo Baixo Centro desde 2012, através de uma série de projetos.
Durante a tarde deste domingo, o movimento na piscina não era dos maiores, principalmente devido à baixa temperatura, que deixou os paulistanos em casa.
Críticas
Como era imaginado, o projeto gerou diversas críticas, principalmente devido ao consumo de água. Para encher a piscina do Minhocão, foram utilizados nada menos do que 105 mil litros de água, proveniente de lençóis freáticos e poços artesianos. Ciente das possíveis reclamações, Luana Geiger deixou claro que a água utilizada na piscina não tem qualquer relação com aquela que consumimos diariamente, não sendo proveniente do sistema Cantareira, que vem sofrendo com as baixas.
Ainda assim, muitas pessoas viram a iniciativa como um desperdício, mesmo que esta água não fosse utilizada de outras maneiras na cidade. Na última quinta-feira, o Minhocão já havia virado notícia devido à regularização da festa Buraco da Minhoca, que tem acontecido com regularidade no local desde o dia 25 de janeiro. Embora a festa traga de volta a vida às ruas da cidade, há muitas críticas em relação ao barulho e à sujeira deixada pelos participantes.
Quem mora na região do Minhocão afirma que, em sua maioria, os participantes da festa vêm de outros locais da cidade e, após a diversão, podem simplesmente voltar para casa e dormir tranquilamente. Por outro lado, quem mora na região tem de lidar com o barulho dos veículos durante o dia e com as festas à noite, quando é proibida a circulação de veículos no local.