Se o ano só começa após o carnaval, pode-se dizer que 2014 já vai chegar com sobrecarga de impostos para os contribuintes. Isso porque na última terça-feira (25), o Impostômetro ultrapassou a marca dos R$ 300 bilhões de arrecadação de tributos municipais, estaduais e federais.
Em 2013, essa mesma marca foi atingida apenas no dia 8 de março, o que evidencia o aumento na carga tributária brasileira neste ano, puxado pela situação financeira desfavorável do país e a necessidade de se obter resultados positivos sem a necessidade de mascarar com cálculos e outros artifícios. O ano passado fechou com arrecadação recorde de R$ 1,7 trilhão.
A carga tributária no Brasil é a maior entre os países do BRICs, formado por Rússia, Brasil, China, África do Sul e Índia . Por aqui, os impostos representam quase 37% em relação ao PIB, enquanto na China, por exemplo, a carga é de apenas 20%. A menor carga tributária do bloco pertence à África do Sul, com 18% em relação ao PIB do país.
O painel eletrônico do Impostômetro está instalado nas principais capitais brasileiras, nas sedes de Associações Comerciais. Além disso, é possível acompanhar a arrecadação em tempo real pela internet.
Arrecadação de 2013 deve ser superada
Puxada pelo fraco rendimento da economia brasileira no ano passado, a carga tributária brasileira deve aumentar para 36,42% do Produto Interno Bruto (PIB). A estimativa foi feita pelo IBPT. Em 2012, a carga foi 0,05 ponto percentual menor, fechando o ano em 36,37% do PIB.
Para especialistas, o avanço constante da carga tributária brasileira, que em 1986 representava apenas 20% em relação ao PIB, demonstra a fragilidade do país em expandir o comércio exterior, assim como a dificuldade de incentivar a produção nacional.