Este ano o número de candidatos a prefeito que já estiveram no cargo passa de três mil e divide opiniões. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) indica que o número está bem acima dos anos anteriores. A pesquisa indicou que eles ocuparam cargos em 1996, 2000 e também em 2004. Esse alto número de ex-prefeitos candidatos em 2012 chama a atenção dos cientistas políticos. Alguns deles ressaltam, inclusive, que isso é reflexo de uma democracia ainda muito incipiente no país, em que o candidato consegue durante o mandato anterior estabelecer feudos políticos. Já outros consideram que se trata de um jogo da democracia e que é o povo que escolhe quem quer colocar no cargo. Conforme explicou José Luciano Dias, cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB) é normal que um ex-prefeito volte a concorrer ao cargo. Ele inclusive não faz criticas a esse comportamento que se tornou evidente nessas eleições. Ele falou ainda que esse discurso contra é da classe média, mas que os mais pobres tem o direito de escolher livremente o candidato em que prefere votar. O eleitor mais pobre é pragmático, pois vota em quem atende melhor suas necessidades, seja de saúde, educação ou assistência social.
Reeleição é um método para estabelecer “feudos”, diz cientista político
Embora alguns pesquisadores considerem esse processo normal, outros avaliam de forma diferente. É o caso de João Paulo Peixoto, também cientista político da UnB. Segundo ele, esse é um método criado pelos políticos com o simples objetivo de estabelecer “feudos”. No entanto, segundo ele, há leis que podem modificar isso, mas atualmente esse é um problema da sociedade brasileira em que não há renovação dos quadros existentes. Peixoto usa como exemplo os Estados Unidos em que na é possível se candidatar a outros cargos como no Brasil.