No último dia 2, Matheus de Moura se tornou a primeira pessoa da América Latina a passar por um transplante de pulmão onde o órgão implantado sofreu um processo de regeneração. A cirurgia foi feita no Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).
Os médicos responsáveis pelo transplante foram Fábio Jatene coordenador do Programa de Transplante de Pulmão do Incor e cirurgião, e Paulo Pego, também cirurgião e coordenador do Projeto de Recondicionamento Pulmonar no Programa de Transplante de Pulmão do Incor. O paciente sofria de uma doença chamada fibrose pulmonar, que leva ao endurecimento dos pulmões e pode afetar os casos do órgão. Jatene explicou que o endurecimento do pulmão faz o órgão ficar menor, mais pesado e com maiores problemas para inspirar e expirar.
Casos de fibrose pulmonar ou ainda de um enfisema pulmonar avançado geralmente são tratados por meio de transplante. O maior problema é que este tipo de procedimento é um dos mais complicados de serem feitos, pois o pulmão é um órgão difícil de ser encontrado em condições adequadas para transplante. Com a técnica de regeneração, ficou mais fácil utilizar pulmões que acumularam líquido (edema pulmonar), por exemplo.
A captação do pulmão é a mesma do transplante comum. Porém, ao invés do órgão ser colocado em um recipiente para logo ser transplantado, agora são instalados tubos que fazem os líquidos que estão no pulmão circularem. No caso de Moura, os tubos ficaram instalados por cerca de cinco horas fazendo a circulação do líquido. Após esse período, o órgão finalmente pode ser transplantado.