Pela primeira vez o governo federal desceu do salto e admitiu que há risco de falta de energia no Brasil em 2014.O anúncio do risco foi feito pelo secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, nesta quarta-feira (19). Segundo ele, o sinal de alerta está aceso e bem forte no Planalto devido à queda de nível dos reservatórios.
Apesar de a chuva ter voltado ao índice normal, e em alguns lugares tenha até superado as médias de fevereiro e expectativas de março, o panorama geral do Brasil é de escassez de água. Mesmo com esse cenário, Zimmermann afirmou que, por enquanto, o sistema está equilibrado, e graças a isso não há uma previsão concreta sobre a falta de energia no país.
Ponderou
O estado de alerta, entretanto, não significa que o governo federal tema uma real necessidade de racionamento de energia ou apagões. Segundo ele, a única hipótese de isso acontecer seria se acontecesse uma seca muito pior do que a estimada por autoridades e especialistas nas bacias que atendem aos os reservatórios das principais hidrelétricas brasileiras (regiões Sudeste e Centro-Oeste).
Nestas duas áreas, a quantidade de água ficou abaixo da média histórica para este período do ano. No Sudeste, os reservatórios ficaram em 54% do volume médio, e no Contro-Oeste, a pior situação, com apenas 39%. O volume de fevereiro é o segundo pior para o período nos últimos 84 anos, e o mês anterior teve o terceiro pior resultado para a época.
O dado fica ainda mais alarmante se calculada a média histórica de 2001 para cá, quando a falta de chuvas deixou os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste com o nível mais baixo de armazenamento no mês de fevereiro. Em 2001 foi decretado o racionamento de energia pelo governo federal.