O Fundo Phoenix de Participações Multiestratégia sagrou-se vencedor do leilão de privatização da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), ultrapassando as expectativas com uma oferta de R$ 70,65 por ação, o que significou um ágio de 33,68% sobre o preço mínimo estabelecido pelo edital. O fundo comprometeu-se a desembolsar aproximadamente R$ 1,04 bilhão pelo pacote total de 14.755.255 ações, que correspondem à totalidade dos 39% da participação do Estado de São Paulo na empresa. O leilão teve lugar na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) e contou com a disputa intensa entre o Fundo Phoenix, a EDF Brasil, subsidiária francesa do setor, e a Matrix Energia, resultante da joint venture entre a Prisma Capital e o grupo Duferco.
Estratégia e Futuro da Privatização
A operação não somente representou a privatização da última estatal paulista no segmento de energia, mas marcou também a primeira ação desse porte na administração do governador Tarcísio de Freitas. Há expectativa de que a desestatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) siga o curso por meio de uma oferta pública de ações na bolsa ainda dentro do ano corrente. A Emae possui uma infraestrutura relevante no setor energético, com unidades em São Paulo, Cubatão, Salto e Pirapora do Bom Jesus, equivalendo à capacidade de fornecimento médio para cerca de 825 mil residências.
Emae: Importância e Infraestrutura
A Emae desempenha um papel central no sistema energético do Estado de São Paulo, com sua principal unidade de geração, a usina hidrelétrica Henry Borden, situada na cidade de Cubatão, ostentando uma potência de 889 megawatts (MW). Ao todo, a empresa conta com um portfólio de operações que inclui, além de Henry Borden, outras três hidrelétricas de menor porte, atingindo a capacidade instalada de 960,8 MW. A Emae também é responsável por operações estratégicas de regulação das cheias dos rios Pinheiros e Tietê e pelo serviço de travessias com balsas na Represa Billings.
Impactos e Reações Pós-Leilão
Após o anúncio do resultado do leilão de privatização, o mercado financeiro reagiu com certa volatilidade, registrando queda nas ações da Emae de mais de 28%. Por sua vez, o governador Tarcísio de Freitas declarou-se satisfeito com o processo, acreditando que a arrecadação acima do esperado poderá ser destinada a projetos de infraestrutura e ambientais, incluindo ações de desassoreamento de rios e a limpeza do Rio Tietê. O governo estadual também sinaliza a intenção de fortalecer as agências reguladoras, o que será delineado na reforma proposta para as entidades reguladoras no estado.
A vitória do Fundo Phoenix nessa operação é vista como um prelúdio para novas ações de desestatização e um termômetro da confiança do mercado nas políticas adotadas pelo atual governo do estado de São Paulo no que diz respeito às privatizações.