Desde segunda-feira, dia 17 de outubro, três tribos indígenas mantêm sete pessoas reféns na aldeia Kururuzinho, em Alta Floresta, na divisa do Mato Grosso e Pará. A Fundação Nacional do Índio (Funai), está tentando negociar com as tribos.
De acordo com Sebastiao Martins, coordenador da Funai para o norte de Mato Grosso, os reféns são dois funcionários da Empresa de Pesquisas Energética (EPE), quatro funcionários da Funai e um antropólogo contratado pela EPE. Este último estava fazendo estudos com a tribo. Segundo Martins, as tribus são concordam com a construção da Usina Hidrelétrica de São Manoel, que fica próxima a aldeia. Com isso, retiveram as pessoas como uma maneira de protestarem
Os índios também protestam para que seja feita uma demarcação de suas terras na região. De acordo com Martins, as pessoas chegaram a aldeia na segunda-feira com o intuito de apresentarem uma pesquisa sobre os efeitos da hidrelétrica. Quando iam deixar o lugar, foram impedidos pelos índios. A presidência da Funai está fazendo as negociações.
A Fundação propôs que os representantes indígenas vão até Brasília para discutirem as questões. Letícia Pereira Santana, mulher de um dos retidos pelas tribos, afirma que conseguiu falar com o esposo através de um orelhão que fica dentro da aldeia. Segundo ela, o marido disse que estão sendo bem tratados e não sofreram violência de nenhum tipo. Porém, o clima é tenso e de muita pressão.