Segundo os autores da pesquisa que indicou que o aumento da escolaridade contribuiu com o avanço do emprego formal no período de 2002 2009, esse fenômeno é irreversível. Os pesquisadores fazem parte do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV) e acreditam que não haverá impacto da desaceleração da economia na manutenção e criação de novos empregos. Segundo um dos pesquisadores, a educação vai impedir a volta de empregos precários, pois também já houve conscientização sobre os direitos do trabalhador. Segundo ele, a população que tem mais estudo também prefere trabalhos formais. Essa é uma tendência que foi observada em todos os anos em que houve aumento da formalidade. Segundo Fernanda dos Santos, que está em seu primeiro emprego formal, diz que este lhe proporciona mais segurança. Ela trabalhou vários anos na informalidade, mas agora pretende se manter no emprego forma para garantir direitos previdenciários. Ela disse ainda que quando o trabalho não tem carteira assinada, a pessoa começa sem nada e também sai sem nada. Fernanda já passou pela experiência de ser mandada embora sem aviso prévio e diz ainda que outro problema é a dificuldade de comprovar experiência sem ter documentos.
Trabalhador formal diz que não quer voltar para a informalidade
Rodrigo Castro tem 21 anos e é vendedor com carteira assinada. Ele já trabalhou sem carteira assinada e diz que não quer voltar para a informalidade. Segundo ele, o trabalho forma garante benefícios como a aposentadoria, por exemplo. Para o professor da FGV, que participou da pesquisa, mesmo com a desaceleração da economia não haverá volta a informalidade. Ele ressaltou que mesmo que o nível de criação de emprego diminua, os informais devem migrar para a formalidade, dando sequência a esse ciclo que beneficia os trabalhadores.