As eleições na Libéria definiram a vencedora do prêmio Nobel da Paz, Ellen Johnson-Sirleaf, como presidente pelo segundo mandato consecutivo. A apuração terminou nesta quinta-feira (10) em meio à violência e ao boicote apoiado pelo principal líder da oposição, Winston Tubman, que acredita que a votação foi fraudada. A atual presidente reeleita teve mais de 90% dos votos, mas agora vai ter que investir esforços para provar a legitimidade do seu governo.
De acordo com a presidenta do Comitê Nacional de Eleição, Elizabeth Nelson, a vencedora teve 513.320 votos dos 565.391 apurados. Enquanto isso, seu opositor recebeu 52.071, ou cerca de 9%. O boicote foi incentivado por Tubman na semana passada, quando pediu aos eleitores que não comparecessem às urnas nesta terça-feira (08). Alguns locais de votação foram fechados por conta da baixa procura e mesários eram vistos descansando a cabeça nas próprias urnas.
Em entrevista à Associated Press, Tubman afirmou “nossa decisão antes dessa eleição é que não aceitaríamos esse resultado. Nós estamos sendo pressionados por todos os lados, inclusive pela Casa Branca a participar de algo que sabemos que está contra nós. A comunidade internacional não consegue ver o nosso caso, e nós queremos chamar atenção. Eles deveriam saber que nós não queremos apenas causar problemas”.
Analistas acreditam que Tubman teria perdido as eleições mesmo sem o boicote, pois no primeiro turno teve apenas 33% dos votos, contra 44% de Sirleaf. Além disso, a atual presidente conquistou o apoio do terceiro candidato, que contou com 11% dos votos.