O dólar fechou a sexta-feira com mais de 1% de alta em comparação com o real. Esta foi a terceira sessão em que a moeda apresentou elevação ante o real embalada pelas condições externas. A moeda fechou a semana com aumento de 2%. Os operadores acreditam que com a aversão ao risco nos mercados, possivelmente o dólar será pressionado e pode continuar subindo. No entanto, há possibilidade de que o Banco Central volte a atuar para evitar uma desvalorização muito grande da moeda. Ontem a moeda fechou cotada a 2,04. Durante toda a semana a alta foi de 2,67%. Na última sessão a oscilação variou de R$ 2,02 a R$ 2,05. Nesta semana o Banco Central esteve ausente das negociações do mercado, no entanto na semana anterior a entidade monetária atuou e fez com que a moeda desvalorizasse e chegasse a R$ 1,98. Para isso o BC havia feito leilões de swap cambial tradicional, que significa a compra da moeda no mercado futuro.
Cenário externo influencia na desvalorização do real ante o dólar
Segundo o operador Ovidio Soares, da Interbolsa do Brasil, a desvalorização do real ante o dólar ocorre em função do mercado externo desfavorável. As bolsas americanas também apresentaram queda nas ações pelo mesmo motivo e fecharam o dia com baixa de 2%. A preocupação ficou mais efetiva ontem com os novos resultados de desempregos nos Estados Unidos e na Europa, com índices mais altos. Além disso, a China também tem produzido menos e o temor quanto a Espanha e Grécia aumentou.
Segundo o operador da Interbolsa, a expectativa do mercado é que a moeda americana sofra uma alta pressão nos próximos dias em função da situação europeia. No entanto, se isso ficar muito evidente, o BC tem possibilidade de voltar a atuar no mercado.