O Plano Real completa 20 anos no dia primeiro de julho, e nesses quase 20 anos da moeda a inflação acumulada foi de 347,51%. Este número, medido pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), fez com que o poder aquisitivo de uma nota de R$ 100 cair para R$ 22,35, uma desvalorização de 77,65%. Graças à desvalorização, a moeda de R$ 0,01 praticamente desapareceu do mercado.
O problema da inflação é causado pela falta de capacidade de se produzir o suficiente para atender à demanda reprimida, ou seja, àqueles que querem consumir e pagam por isso. A queda da taxa de juros até 2012 também estimulou o avanço da inflação, uma vez que houve uma falsa sensação de forte aumento capacidade de compra devido à oferta de crédito. O consumo excessivo aumentou o número de inadimplentes.
Especialistas afirmam que duas ações podem colaborar para recuar a inflação. A primeira é investir no setor produtivo, para atender satisfatoriamente à demanda de produção de consumo. A segunda é incluir a educação financeira na grade curricular das escolas, para ensinar a importância de poupar dinheiro, investir corretamente e controlar o consumo compulsivo desde cedo.
FGTS também acumula prejuízo por conta da inflação
O dinheiro depositado no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) acumulou, por conta da inflação de 2013, prejuízo de 19,5% nos últimos 15 anos. Isso porque o rendimento dos valores depositados foi de 3,19%, enquanto a inflação oficial medida pelo IPCA atingiu 5,91%. Com isso, há uma queda do poder de compra dos investimentos no FGTS de 2,57%.
Nos acumulado dos últimos 15 anos, a variação do IPCA foi de 161,15%, contra um rendimento de 110,33% do FGTS, que representa uma perda real de 19,46%. Uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal tenta beneficiar os trabalhadores com dinheiro aplicado no FGTS entre 1999 e 2013, pedindo a revisão do saldo. A Força Sindical seguiu a mesma linha, e entrou com ação coletiva pela correção monetária do FGTS.