A educação no período moderno passou por diversas transformações significativas que moldaram o sistema educacional como o conhecemos hoje. Esse período, que se estende do final do século XV até o final do século XVIII, foi marcado por mudanças sociais, culturais e políticas que influenciaram diretamente o modo como o conhecimento era transmitido e adquirido. A Renascença, a Reforma Protestante e o Iluminismo foram alguns dos movimentos que tiveram um impacto profundo na educação durante essa era.
Como era a educação no período moderno? A educação no período moderno era caracterizada por uma maior ênfase na racionalidade, ciência e humanismo. Durante a Renascença, houve um ressurgimento do interesse pelos textos clássicos da Grécia e Roma antigas, o que levou a uma valorização do estudo das artes liberais, incluindo gramática, retórica, poesia, história e filosofia moral. As escolas e universidades começaram a se expandir e a oferecer currículos mais diversificados, indo além dos estudos religiosos que predominavam na Idade Média.
Influência da Reforma Protestante
A Reforma Protestante, iniciada por Martinho Lutero no início do século XVI, teve um impacto profundo na educação. Lutero defendia que todos os cristãos deveriam ser capazes de ler a Bíblia por si mesmos, o que levou a um aumento na alfabetização e à criação de escolas para ensinar leitura e escrita. As igrejas protestantes frequentemente fundavam escolas que enfatizavam a leitura da Bíblia e os princípios da fé protestante. Além disso, a Reforma levou à criação de novas universidades, onde se promovia o estudo crítico e a investigação científica.
O Iluminismo e a Educação
O Iluminismo, movimento intelectual do século XVIII, trouxe uma nova visão sobre a educação. Filósofos como John Locke, Jean-Jacques Rousseau e Immanuel Kant argumentavam que a educação deveria desenvolver a razão e a moralidade dos indivíduos. Rousseau, em particular, criticava a educação tradicional por ser repressiva e propunha uma abordagem mais natural e centrada na criança. As ideias iluministas levaram à criação de escolas que incentivavam o pensamento crítico, a investigação científica e a liberdade de expressão.
Durante o período moderno, a educação também começou a se tornar mais acessível a diferentes segmentos da sociedade. Embora ainda houvesse uma grande disparidade entre as classes sociais, com a educação superior sendo predominantemente acessível à elite, houve um aumento significativo no número de escolas primárias e secundárias, particularmente nas áreas urbanas. Isso permitiu que um número maior de pessoas tivesse acesso ao conhecimento e às habilidades básicas necessárias para participar da vida econômica e social.
Em muitas regiões, o Estado começou a assumir um papel mais ativo na educação, estabelecendo sistemas escolares públicos e regulamentando o currículo e os métodos de ensino. Na Prússia, por exemplo, o rei Frederico II introduziu reformas educacionais que serviram de modelo para outros países. Essas reformas incluíam a criação de escolas primárias obrigatórias e a formação de professores qualificados, com o objetivo de promover a alfabetização e a formação cívica dos cidadãos.
A educação no período moderno, portanto, foi um período de transição e inovação, marcado pela influência de movimentos culturais e intelectuais que buscavam reformar e melhorar o sistema educacional. As mudanças introduzidas durante essa era lançaram as bases para o desenvolvimento dos sistemas educacionais modernos, que continuam a evoluir e a se adaptar às necessidades da sociedade contemporânea.