A educação no período da República Velha, que se estendeu de 1889 a 1930, foi marcada por várias transformações e desafios. Este período histórico no Brasil foi caracterizado pela transição de um regime monárquico para uma república, trazendo consigo mudanças significativas nas estruturas sociais, políticas e econômicas, que também impactaram a área da educação.
Como era a educação no período da República Velha? Durante a República Velha, a educação no Brasil enfrentou muitos desafios, como a falta de investimentos e a ausência de um sistema educacional unificado. A educação era majoritariamente elitista, destinada principalmente às classes mais altas da sociedade. As escolas públicas eram escassas e, muitas vezes, mal equipadas, enquanto as escolas particulares ofereciam uma educação de melhor qualidade, mas acessível apenas para aqueles que podiam pagar.
O analfabetismo era uma questão crítica nesse período, com altas taxas entre a população. Em 1920, por exemplo, cerca de 65% da população brasileira era analfabeta. A educação rural era praticamente inexistente, e as poucas escolas que existiam nas áreas urbanas não conseguiam atender à demanda crescente.
Reformas Educacionais
Durante a República Velha, algumas reformas educacionais foram implementadas com o objetivo de melhorar o sistema educacional. Em 1890, o governo promulgou o Decreto nº 1.331, que estabeleceu a obrigatoriedade do ensino primário. No entanto, a falta de infraestrutura e recursos fez com que essa medida tivesse pouco impacto prático.
Outra tentativa de reforma ocorreu em 1920, com a criação da Associação Brasileira de Educação (ABE). A ABE buscava promover o desenvolvimento educacional e modernizar o sistema de ensino, mas enfrentou muitos obstáculos, incluindo a resistência de setores conservadores e a falta de apoio governamental.
Educação Superior
A educação superior também passou por mudanças durante a República Velha. Universidades e faculdades começaram a se expandir, principalmente nas grandes cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. Em 1920, foi fundada a Universidade do Rio de Janeiro, a primeira universidade federal do país, que posteriormente se tornaria a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
No entanto, o acesso à educação superior continuava restrito às elites. As instituições de ensino superior eram poucas e concentradas nas regiões mais desenvolvidas do país, deixando grande parte da população sem acesso a esse nível de educação.
Embora a República Velha tenha sido um período de tentativas de modernização e reformas educacionais, muitos desafios persistiram, como a desigualdade no acesso à educação e a alta taxa de analfabetismo. A educação no Brasil só começaria a passar por mudanças mais significativas nas décadas seguintes, com a criação de políticas públicas mais abrangentes e inclusivas.