Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Softwares (Abes) e pelo International Data Corporation (IDC) apontou que o Brasil está crescendo no cenário mundial de softwares.
Os dados da “Pesquisa sobre a Indústria Brasileira de Software e Serviços” mostram que o país assumiu a 10ª posição no mercado mundial em 2011 com um faturamento 12% maior que em 2010. O valor arrecadado atingiu a casa dos US$ 19,5 bi.
O total arrecadado pelo mercado de softwares vem de duas fontes. Uma é a venda de softwares ou licenças para uso. A outra é a prestação de serviços.
Os resultados apresentados mostram que apesar o avanço de posições, o setor ainda não faz comemorações. Isso porque ainda há falhas nas estratégias de crescimento. O presidente da abes, Gérson Schimiti, alertou para o risco de uma colonização da tecnológica.
RISCO
A colonização tecnológica é um risco que já está presente nos softwares que surgem cheios de produtos importados. Cerca de 80/% do que é vendido no Brasil são programas desenvolvidos em outros países. O principal pilar de sustentação do setor no país é a prestação de serviços, responsável por 68% do que é arrecadado.
Para o presidente da Abes, esse segmento tem desvantagens frente ao desenvolvimento e venda de softwares. Schimitt aponta que uma dessas desvantagens é defasagem na remuneração dos profissionais. Aquele que presta serviço ganha, em média, R$40/hora, já o responsável pelo desenvolvimento do software, recebe R$120/hora.
Outra desvantagem é a pulverização do mercado que impede a criação de grandes empresas que foquem em pesquisa e, por sua vez, em desenvolvimento. Sem isso, não é possível enfrentar a concorrência das empresas internacionais, nem oferecer produtos com preços competitivos.
Como o mercado de softwares é formado, basicamente, por microempresas, 94%, a Tecnologia da Informação ganha espaço e, hoje, é líder em aquisições e fusões. Outro fator importante é o modelo usado na prestação de serviços que depende, basicamente, de mão-de-obra para crescer.
A afirmativa do presidente da Abes se baseia no fato de que há um déficit de 100 mil profissionais no mercado. Os dados são da Associação de Empresas de Tecnologia (Brasscom).
Apesar de todas as falhas apontadas na pesquisa, a Abes espera que o Brasil triplique seu mercado interno de software até 2020. A projeção é que o país fature US$ 60 bilhões e ganhe posições no ranking do mercado de softwares. As previsões se baseiam na necessidade de modernização das empresas brasileiras.