O Banco Central anunciou, na última quarta-feira, que a taxa básica de juros, a Selic, será reduzida em 0,75%. Os representantes do Copom confirmaram que a taxa será fixada em 9,75% ao ano. Este é o valor mais baixo desde junho de 2011 e é também o quarto menor até hoje. O grande problema é que, para o consumidor, essa diminuição de 0,75% é quase inexistente porque os bancos quase não alteram as suas taxas, seja para empréstimos ou do cheque-especial.
A Fundação Procon-SP fez uma pesquisa em fevereiro e concluiu que mesmo com a queda que havia sido anunciada em janeiro, dos sete bancos analisados, apenas um havia diminuído os juros do cheque-especial e dois reduziram os juros de empréstimo. Mesmo com reduções sendo feitas desde julho de 2010 pelo Copom, o resultado quase não chega ao consumidor brasileiro.
O Procon-SP avalia que as pessoas ainda estão endividadas com as compras de final de ano. Por isso, mesmo com a queda anunciada pelo governo, os juros não abaixam. Além disso, é melhor evitar empréstimos e cheque-especial. O Procon aconselha ainda que quem tenha contas no cartão de crédito ou utilizou o cheque-especial que faça um empréstimo com juro mais barato e quite as dívidas destas linhas de créditos que são mais caras.
Crédito ainda sai caro para o consumidor, avalia Anefac
Os empréstimos são os grandes vilões do consumidor. Segundo a Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade), mesmo com a taxa Selic em 9,5%, se uma pessoa pede um empréstimo hoje no valor de R$ 5 mil reais, ele terá que pagar ao banco R$ 6.367,19 dentro de um ano. Os números são mais assustadores quando se trata de financeiras, pois neste caso o valor final, em um ano, será de R$ 8.056,80, ou seja, mais de R$ 3 mil de juros. A Selic é a taxa básica, por isso que geralmente ao repassar dinheiro para o consumidor, os bancos e financeiras cobram uma taxa mais cara que esta.