Foi autorizado, na última sexta-feira, o uso do medicamento Glivec no tratamento de leucemia em crianças e adolescentes. A medida foi divulgada pelas portarias 114 e 115 do Ministério da Saúde e estabelecem diretrizes para uso do medicamento para essa nova faixa etária.
O remédio é destinado para dois tipos específicos da doença: Leucemia Mielóide Crônica (LMC) e Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA). As crianças e adolescentes podem contar com mais uma opção de tratamento. De acordo com o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, esses documentos lançados na sexta-feira representam um grande avanço nos tratamentos, pois é eficaz, pouco doloroso e de fácil administração.
Antes esse medicamento só era indicado pelos médicos para adultos. O Gilvec é utilizado desde abril do ano passado em forma de comprimido e é adquirido somente pelo Ministério da Saúde para distribuição entre seus pacientes. Estão presentes apenas em centros oncológicos públicos ou conveniados ao Sistema Único de Saúde.
As portarias 114 e 115 são resultado de consultas públicas abertas realizadas em novembro pelo Ministério da Saúde. Foram apresentadas contribuições da sociedade e de especialistas em onco-hematologia de grandes centros médicos. Depois, as portarias foram analisadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Incidência da doença deve aumentar
Estima-se que surjam aproximadamente 11,5 mil novos casos de leucemia em crianças e adolescentes neste ano, incluindo as leucemias Mielóide Crônica (LMC) e Linfoblástica Aguda (LLA). Dados apresentados pelo Ministério da Saúde mostram que, em 2011, foram gastos cerca de R$ 112 milhões para o tratamento da doença em crianças e adolescentes. Este valor representa 7% de todo o investimento federal destinado ao tratamento de todos os tipos de câncer feito pelo SUS.