Nesta sexta-feira, Antônio Fagundes voltou às telonas do país com o filme “Quando eu era vivo”, suspense que protagoniza com a atriz Sandy Leah. Embora tenha um longo currículo em produções cinematográficas, o veterano ator acredita que seria possível fazer muito mais, caso o cinema nacional fosse mais organizado.
Agenda
De acordo com Antônio Fagundes, muitos cineastas deixam de convidá-lo para participar de filmes, acreditando que a agenda não será viável. Contudo, o ator afirmou que seria capaz de gravar até seis filmes por ano, desde que a agenda seja respeitada, sem atrasos. Fagundes mencionou duas situações que viveu nos últimos anos para ilustrar a situação do cinema nacional: em uma delas, desde o convite para que ele atuasse até a estreia do filme, passaram-se nove anos.
Em outra, ele foi convidado para atuar em um filme do diretor Cacá Diegues, que tinhas suas filmagens marcadas para determinado mês. Na época, Fagundes estava atuando no teatro, e cancelou uma série de compromissos para trabalhar no filme. Contudo, o início das filmagens foi adiado, e o ator teve que desistir do papel.
Distância
Devido a estes e outros problemas, Antônio Fagundes estava há seis anos distante do cinema. Antes de “Quando eu era vivo”, o ator tinha participado de “A Mulher do meu Amigo”, dirigido por Cláudio Torres. Após o hiato, Fagundes parece estar voltando com força ao cinema. Além do suspense que estreou neste final de semana, o ator também voltará às telonas com “Alemão”, que deve estrar em março.
Roteiros
Além das questões de organização do cinema brasileiro, Antônio Fagundes também não poupou críticas aos roteiros feitos no país. Para ele, o Brasil ainda não consegue fazer bons filmes policiais, de ficção científica ou até mesmo comédias, que, de acordo com Fagundes, não vivem um bom momento no país. A comédia se tornou o gênero predominante no cinema nacional nos últimos anos, com diversos lançamentos de sucesso. Para Fagundes, o Brasil tem uma carência de bons contadores de histórias.
Após a série de críticas, Fagundes aproveitou para elogiar o filme do qual participa. O ator contou que, assim que leu o roteiro de “Quando eu era vivo”, ficou muito impressionado, devido à boa escrita e à fidelidade em relação à obra original. O filme foi adaptado da obra “A arte de produzir efeito sem causa”, de Lourenço Mutarelli. Fagundes também elogiou Marco Dutra, o diretor do longa-metragem.
Próximas produções
O resultado final de “Quando eu era vivo” parece ter agradado a todos que participaram da produção. De acordo com Marco Dutra, seus próximos filmes seguirão a linha do suspense e do terror. O diretor já está em dois novos projetos. O primeiro deles, baseado em histórias de lobisomens, se chamará “As Boas Maneiras”. De acordo com o diretor, as filmagens desta nova produção devem começar ainda em 2014. O outro, que ainda não tem nome definido, é baseado em histórias de vampiros. Segundo Dutra, esta nova história ainda está começando a ser escrita.