A educação é um tema central nas discussões sobre o desenvolvimento das sociedades. Ela é vista como uma ferramenta essencial no processo de formação do indivíduo e na transmissão de conhecimentos, valores, costumes e habilidades de uma geração para outra. O debate sobre a educação ser ou não um fato social remonta às teorias clássicas da sociologia, que abordam a maneira como os fenômenos sociais influenciam e são influenciados pelos comportamentos individuais.
A educação é um fato social? Para responder a essa pergunta, é necessário compreender o conceito de “fato social” conforme definido por Émile Durkheim, um dos pais fundadores da sociologia. Segundo Durkheim, um fato social é caracterizado por três elementos principais: é geral, pois se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na maioria deles; é exterior, ou seja, existe e atua sobre os indivíduos independentemente de sua vontade; e é coercitivo, pois exerce uma força que pode levar à conformidade, mesmo que contra as preferências pessoais. A educação, portanto, se encaixa nessa definição. Ela é uma instituição presente em todas as sociedades, molda os indivíduos desde a infância e impõe regras e normas que devem ser seguidas. No Brasil, por exemplo, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394, estabelece as diretrizes para o ensino no país. A educação é um mecanismo de socialização que prepara o indivíduo para viver em sociedade, transmitindo conhecimentos acumulados e contribuindo para a manutenção da cultura e da coesão social.
Portanto, analisando sob a ótica sociológica clássica, a educação é, de fato, um fato social, pois cumpre os critérios estabelecidos por Durkheim. Ela desempenha um papel fundamental na estruturação das sociedades e na perpetuação de seus sistemas culturais e valores compartilhados.