A comemoração do Dia Mundial da Alfabetização no último dia 8 de setembro evocou muitas reflexões sobre a situação da educação no país e os desafios a serem enfrentados. Mesmo com uma redução no número de analfabetos, dados mostram que o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer.
Os números do Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf) 2011-2012, apresentado em julho deste ano, revela que, mesmo com a escolaridade média das pessoas tendo melhorado, o processo de inclusão no sistema de ensino não foi satisfatório. A professora de pedagogia da Uniritter, Maria Luiza Moreira, ressalta que o Brasil apresentou políticas públicas importantes no processo de inclusão das crianças na escola. Entretanto, segundo ela, a alfabetização no país continua sendo um desafio.
Os dados do Inaf revelaram ainda que, somente 35% das pessoas que possuem o ensino médio completo são consideradas alfabetizadas plenamente. Quando se fala da educação superior, os dados não melhoram. 38% dos brasileiros que possuem formação de nível superior não têm leitura e escrita consideradas suficiente. A professora alerta que os brasileiros não são leitores e isso é um dos motivos dessa falha na formação.
Conforme Maria Luiza, a leitura se modifica de forma e lugar e as pessoas não acompanham essas alterações porque sentem dificuldades em interpretar os textos que lêem. Ela garante que esse é um déficit das escolas que não conseguiram se adaptar ao novo formato de aluno.
Para comprovar a afirmação da professora de pedagogia, a Pesquisa Retratos da Leitura, mostra que 75% dos cidadãos brasileiros nunca freqüentaram uma biblioteca e 33% deles, afirmaram que não há nada que os motive a usar esse espaço de estudo. Somente 20% dos brasileiros demonstrou interesse pela leitura e considerou atrativa a existência de livros novos. 17% dos entrevistados disseram que freqüentariam uma biblioteca se elas ficassem mais perto de suas casas. Outros 13% avaliados na pesquisa atrelou suas visitas à biblioteca a falta de livros interessantes.
O Inaf é realizado pela organização não governamental Ação Educativo e Instituto Paulo Montenegro.
Estimulo
Para uma tentativa de mudar o cenário da educação no Brasil a pedagoga aponta algumas direções. Segundo ela é preciso desenvolver iniciativas que tornem o ambiente escolar mais atraente. Mantendo os alunos interessados ao que acontece dentro da sala de aula. Acabar com a desatenção dos alunos brasileiros é uma medida que requer ações estratégicas, como correlacionar letra e som e fazer correlações dos materiais apresentados.
Entretanto, esse desafio em melhorar a qualidade de ensino na educação infantil e básica não é somente do Brasil outros países também enfrentam crises. Uma pesquisa do Centro Nacional para Estatísticas da Educação, fita nos Estados Unidos, mostrou que, em média, de um a cada sete americanos (14% da população) têm níveis insuficientes de alfabetização e não são capazes de compreender textos complexos.
Esse ano encerra a Década das Nações Unidas para a Alfabetização, lançada em 2003 e coordenada pela Unesco. Com o slogan “”Alfabetização como Liberdade”, a ideia é até 2015, o programa Educação Para Todos aumentar em 50% os níveis de analfabetismo