De acordo com informações repassadas pela assessoria de comunicação do hospital filantrópico A.C. Camargo, o tratamento de pelo menos 50 pacientes com câncer será modificado em função da falta do quimioterápico Xeloda. Isso está acontecendo devido a greve dos servidores que trabalham para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nos portos e aeroportos de todo o país. Segundo a assessoria, o fabricante não está conseguindo fornecer os remédios aos pacientes em tratamento porque diz que a matéria-prima importada está retida. De acordo com a estimativa do fabricante, o remédio só deve voltar a ser produzido na primeira quinzena de setembro.
Medicamento deverá ser alterado para que tratamento não pare
Para evitar que o tratamento dos pacientes não evolua, o hospital optou em modificar o tratamento que está sendo realizado utilizando outros tipos de medicamentos que sejam de mais fácil acesso enquanto há greve. Uma das alternativas encontradas pelos médicos é substituir o Xeloda (via oral), que era fornecido, pela quimioterapia intravenosa. O grande problema desse segundo procedimento é que os pacientes precisam ficar internados e a aplicação é mais lenta, chegando a seis horas de duração. O hospital informou que ainda há chances de manter o tratamento atual caso a greve termine ou os medicamentos sejam enviados ao fabricante para que o laboratório possa voltar a produzir. Para o paciente Almir Braz, de 45 anos, que vai começar o tratamento agora e foi informado da mudança, esse processo novo pode alterar o resultado do quadro e não ser tão satisfatório como o outro. Ele diz ainda que ficar internado muda a sua rotina e que será difícil ficar todo o tempo – cerca de 21 dias – sem a presença da família por perto. Segundo ele a proximidade é fundamental para o bom andamento do tratamento.