De acordo com a avaliação feita pelo economista-chefe do Banco Mundial (Bird) para a América Latina, Augusto de la Torre, a América Latina deve passar por um processo de crescimento mais fraco em que será sentido uma diminuição das taxas elevadas que serão contidas pelas restrições e limitações que começam a pesar. Segundo a avaliação do economista, esta década pode ser chamada de “memorável” para a região, pois o crescimento e o progresso produziram grandes resultados para os países. Essas declarações foram feitas durante sua participação no seminário intitulado “Para Onde Vai a Economia da América Latina?”. O evento foi promovido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e aconteceu no Rio de Janeiro. Segundo ele, outra questão é que o mundo ficou mais complicado e o crescimento da América Latina ocorreu num momento em que os ventos sopravam a favor. Ele ressaltou ainda que com tais facilidades, os ganhos vieram sem muitos sacrifícios.
Cenário mais volátil pode aparecer, diz economista
Conforme explicou o economista, há possibilidade de que os países da região enfrentem ventos contrários e o cenário fique mais volátil. Augusto ressaltou que será um desafio crescer nesta próxima década, além de ser necessário investir em políticas de reforma que tenham efeitos de longo prazo. Ele disse que se trata de reformas mais lentas e que muitas vezes não estão entre os objetivos dos políticos que querem respostas e resultados rápidos. Segundo ele, a principal delas é da educação. Na América Latina a família ainda tem um grande peso no futuro da pessoa, o que tem impacto na mobilidade social. É preciso, segundo ele, igualdade de oportunidades e isso somente a educação pode oferecer.