Segundo o setor de hotelaria e turismo do Maranhão, houve uma diminuição significativa no número de turistas que ficaram hospedados na região no mês passado. Para eles, a culpa é das praias que estão extremamente poluídas. O monitoramento do governo apontou que todas as praias estão impróprias para banho, e que o governo do estado deverá instalar placas avisando a população no início do mês de abril do ano que vem. As praias mais conhecidas e consideradas as mais bonitas da região, como Calhau e Ponta D’areia, estão com coliformes fecais acima da média considerada tolerável.
A Associação Brasileira de Indústrias de Hotéis (ABIH) disse que os cálculos estão sendo imensos e os hotéis estão se apertando para que não ocorram demissões. Segundo a promotoria pública já era de conhecimento do estado desde 1997, que a falta de saneamento atingiria o turismo. Em junho e julho do ano passado, 75% da taxa de lotação dos hotéis foram ocupados. Este ano ela já caiu para 53% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Em frente a pousada de Barros Filho existe um cano que despeja esgoto á céu aberto. Isso incomoda os hóspedes, que com medo da transmissão de doenças, só utilizam a piscina. Segundo a Caema (sociedade de economia mista gerida pelo estado), que é a empresa que faz a coleta e o tratamento de esgoto básico da cidade, apenas 38,6% da população tem acesso á coleta. Um índice muito baixo já que a cidade possui pouco mais de 1 milhão de pessoas.
Desde 1994 o Estado e a Caema receberam oito ações que cobravam o tratamento de esgoto. Em uma delas, o governo foi obrigado a parar de despejar esgoto in natura nos três principais rios da região. A ordem não foi cumprida e as verbas de publicidade para Caema foram bloqueadas para que as multas no valor de R$ 22 milhões fossem pagas. A promotoria culpa a ação da prefeitura em autorizar a concessão do esgoto a Caema e não conseguir cobrar bons resultados da empresa.