Segundo uma pesquisa feita recentemente pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), que pertence à Fundação Getulio Vargas (FGV), o aumento da quantidade de anos de estudo tem contribuído para aumentar os empregos com carteira assinada no país. Os dados do estudo indicam que 60% da queda da informalidade no país, entre os anos de 2002 e 2009, pode ser explicada pela maior escolarização do brasileiro que cresceu nos últimos anos. A pesquisa teve como base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para chegar a esse resultado os pesquisadores dividiram os dados em efeito de composição – em que se considera a formação educacional – e o efeito nível, em que se leva em consideração outros efeitos, tais como o crescimento da economia, presença de políticas públicas e expansão do crédito. Os resultados indicaram um peso maior para o aumento dos anos de estudo e isso surpreendeu os pesquisadores.
Educação contribui para melhorar os aspectos da economia brasileira, diz pesquisador
Segundo Rodrigo Moura, professor Fernando Holanda Barbosa Filho, o resultado não era esperado e deixou os pesquisadores perplexos. Isso indica que a educação tem contribuído para mudar diversos aspectos da economia, dando ênfase a estruturação do mercado de trabalho. Para o estudo considerou-se como profissionais informais aqueles que não têm carteira assinada. Aqueles que trabalham por conta própria, tais como os eletricistas e encanadores, por exemplo, foram considerados como trabalhadores formalizados. Os dados do trabalho indicaram que a taxa de informalidade no mercado era de 37,4% em 2009, um numero bem abaixo do de 2002, quando o percentual era de 43,5%. Neste período também foram criadas aproximadamente 9 milhões de vagas de emprego formal em todo o país.