A parcela da renda que as famílias brasileiras utilizam para pagamento de juros e empréstimos aumentou. A pesquisa mostra que houve uma elevação de 2,9% se comparados os meses de dezembro de 2010 com o mesmo mês de 2011. Em 2010 as famílias comprometiam com esse pagamento 19,8% da renda, enquanto em 2011 esse percentual saltou para 22,7%. Esses dados foram anunciados pela Credit Suisse.
O relatório do Credit Suisse também mostra que esse aumento do percentual tem impacto na economia do país. Esse alargamento nos gastos é uma das causas principais da inadimplência (dívida que ultrapassa 90 dias). O impacto pode ser observado, por exemplo, no primeiro trimestre de 2012. Se comparar os meses de 2012 com 2011 percebe-se um aumento significativo nas dívidas. Foram 5,8% nos três primeiros meses de 2011 e 7,6% no mesmo período para 2012.
Esse aumento da inadimplência, por sua vez, tem impacto nos spreads e na quantidade de crédito concedido pelos bancos. Desde junho de 2000 a pesquisa mede a inadimplência e a sua média tem ficado em 7% ao longo do período.
Cenário de inadimplência tem impacto na aceleração do crescimento
Segundo o economista do Credit Suisse, o cenário atual brasileiro é de menor expansão do crédito e de maior comprometimento de renda com pagamento de juros. De acordo com o banco, o recuo no comprometimento da renda das famílias depende do aumento dos prazos das operações. Outro problema resultante deste cenário é que, com o aumento da inadimplência, o crédito dos próximos meses terá menor aceleração. Isso faz com que dificilmente haja um aumento significativo na economia dentro de um pequeno período de tempo.
Há uma estimativa para 2012 que o uso da renda para serviço de credito será reduzido. Espera-se um recuo de 22,7% para 22,4% até dezembro de 2012. Para que isso ocorra, no entanto, será necessária uma diminuição dos juros e uma elevação no período de pagamento.