Em função das oscilações apresentadas pelo dólar na sessão de ontem, o Banco Central voltou a atuar na compra à vista. A moeda americana fechou o dia em alta de R$ 1,82, mas perdeu força no decorrer das negociações. O aumento foi de 0,43%. Na venda o preço era R$ 1,81. Durante a sessão a moeda oscilou entre 1,81 e 1,83. De acordo com analistas, a volta da entidade para o mercado ocorreu pela maior entrada da moeda no período da tarde. Nos bastidores, acredita-se que o BC atuou também para evitar que pareça que o piso da moeda seja de R$ 1,80, como se diz no mercado.
Na última sexta-feira a entidade também havia atuado e influenciado no resultado da moeda no final da sessão. Na segunda-feira o BC ficou ausente do mercado e somente ontem comprou a moeda à tarde. A idéia é retirar a impressão de que há um piso mínimo e que quando o real valorizar o mercado vai atuar para manter o dólar sempre acima de R$ 1,80. Segundo Mário Battistel, gerente da Fair Corretora, esse comportamento do BC é positivo, pois evita que o mercado fique viciado e se aproveite da situação financeira para obter lucros.
Jorge Knauer, diretor de tesouraria do Banco Prosper, concorda com Battistel e também acredita que a entidade quer causar maior incerteza para não viciar o mercado. Não é lógico atuar com o dólar em alta, mas é uma estratégia para que a sua participação não seja sempre tão previsível. É uma forma de não mostrar qual é “seu piso”. Ontem a moeda abriu o dia com alta de 1% e foi influenciada pelo mercado externo. A economia mundial teve um dia negativo nas bolsas devido à desaceleração do mercado chinês. Isso ocorreu depois que a mineradora BHP Billiton anunciou que a demanda da China por minério de ferro está diminuindo.