Depois do anúncio da diminuição da Selic e de um possível acordo que pode acontecer entre a Grécia se os credores, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) obteve valorização nesta quinta-feira (8). O Ibovespa, que é o principal índice brasileiro, cresceu 1,35%, alcançando a pontuação de 66.908. Durante a sessão de ontem foram negociados mais de R$ 7,6 bilhões. Ao contrário do dólar, o Ibovespa apresentou um resultado positivo ante as notícias econômicas internas e externas. O dólar terminou o dia com queda de 0,14%, sendo cotado a R$ 1,76.
De acordo com Alfredo Sequeira, da Fator Corretora, a bolsa de valores brasileira começou o dia avançando depois do anúncio feito na quarta-feira de que o Copom reduziu a taxa Selic para 9,75%. Embora o mercado esperasse esse valor, muitos economistas estimavam apenas 0,5% de queda. Só na manhã desta quinta-feira, a bolsa ganhou 2% devido a essa notícia sobre os juros. No entanto, Sequeira ressalta que embora a diminuição da taxa básica de juros seja positiva, é preciso considerar que a taxa de juro real ainda é a mais alta do mundo, ficando em 4,2%. Esse número é a diferença entre a taxa básica de juros (Selic) menos o percentual de inflação.
O corretor disse ainda que embora o governo tenha diminuído a Selic, a moeda americana deve continuar chegando ao país porque a taxa de juros brasileira continua muito alta. É considerada a mais alta do mundo, sendo que em segundo lugar está a Rússia e, para alcançá-la, seria necessária uma diminuição de 1,55%. Sequeira avalia o corte de juros como positivo, pois nesse momento essa ação não causa inflação e também reduz o juro real (que está em 4,2%).
Cenários interno e externo são positivos
No exterior as bolsas da zona do euro também fecharam o dia em alta. Na Europa o estímulo também veio das boas notícias sobre a possibilidade de negociação com os credores gregos. Com essa novidade anunciada ontem, de que as negociações estão encaminhando-se e já chegam a 70%, acredita-se que não haverá declaração de default. . O objetivo do governo grego atualmente é reduzir a dívida. Hoje ela alcança 160% do PIB da Grécia, sendo que a meta até 2020 é conseguir reduzir esse valor para 120,5%.
No Brasil também tivemos notícias positivas para a economia. No começo da semana foram divulgados dados estatísticos sobre a falência e a inadimplência, além da indústria ter aprovado o corte de 0,75% na Selic. No período as ações que tiveram mais valorização na bolsa de valores brasileira foram dos setores de consumo e construção civil.