A Imperatriz Leopoldinense atravessou a avenida num ritmo lento, devido a problemas em carros alegóricos, podendo comprometer a avaliação do bonito desfile sobre Jorge Amado, produzido pelo carnavalesco Max Lopes. O carnavalesco já contava com o desafio de precisar se apresentar logo depois do espetáculo da Portela, que cantou sobre a Bahia.
A apresentação contou com muitas repetições, por tratarem da mesma região, o que deixou todos um pouco tensos. Os temas repetidos foram: a lavagem da Igreja do Senhor do Bonfim, orixás, baianas, o Pelourinho. “A diferença é que a minha Bahia tem Jorge Amado”, justificou-se o carnavalesco na concentração. O maior problema foi enfrentado pelo carro da Igreja do Bonfim, que teve uma pane elétrica e dificuldades para manobrar. A alegoria chegou a ficar parada em frente ao setor 10 por alguns minutos. O carro do Pelourinho apresentou um defeito e parte dele afundou. Neste carro desfilavam filhos e netos de Jorge Amado, além do cantor Elymar Santos. “Foi um desfile tenso. Nosso carro teve muitos problemas, mas ele tinha que desfilar assim mesmo porque só havia sete carros. Confesso que nem vi muita coisa”, disse Elymar.
Wagner Araújo, diretor de carnaval, negou as falhas e dificuldades. “Não tem nada a ver com ritmo baiano. A escola tem duas paradas, para a apresentação da comissão de frente e a do casal de mestre-sala e porta-bandeira. Os jurados já sabem disso e vão avaliar levando isso em consideração”, argumentou. O ponto alto da escola foi a apresentação da comissão de frente. Quinze bailarinos, atores e capoeiristas vinham na avenida representando os meninos do livro “Capitães de Areia”. “O livro, da década de 1930, fala de meninos ladrões. É uma realidade que persiste até hoje. O carrossel é uma maneira de lembrar que não são bandidos, são crianças, com esperanças e alguma inocência”, explicou o coreógrafo Alex Neoral.
Outro ponto que chamou a atenção foi o carro que trazia outros personagens destaque de Jorge Amado, como Gabriela e Dona Flor e seus dois Maridos. Entretanto, fantasias pesadas demais juntamente com o calor, fizeram com que diversos componentes se sentissem mal. Cinco baianas precisaram ser socorridas para o posto médico. Antes do desfile, a madrinha Luiza Brunet sofreu uma queda de pressão, mas não teve problemas na hora de se apresentar.