O PIB do país avançou 2,79% em todo ano de 2011, segundo dados divulgadas hoje (16) pelo Banco Central. Essa informação foi fornecida por meio do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do BC), que é um indicador criado para antecipar o número do PIB.
O valor apresentado pelo Banco Central ficou um pouco abaixo da previsão que havia sido feita pelo mercado. A estimativa dos analistas é que o crescimento real seja de 2,84%. Já o Ministério da Fazenda, Guido Mantega, é mais otimista e acredita num crescimento acima de 3% para 2011.
O resultado do PIB do último ano será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) somente no começo de março. Em 2010, segundo o IBGE, a economia brasileira registrou um crescimento de 7,5%. Foi a maior taxa de expansão dos últimos anos. Em 2009 houve queda de 0,6% e em 2008 um crescimento de 5,2%.
Desaceleração é reflexo de fatores internos e externos
A desaceleração da economia neste último ano é reflexo das medidas tomadas pelo governo contra a inflação e do momento difícil vivido no cenário externo, como as dificuldade de Obama nos EUA e a crise da Grécia e de outros países da Europa. Esses fatores contribuíram para frear as econômicas, pois aumentaram a tensão no mercado.
Os dados apresentados pelo Banco Central mostraram que o nível de atividade econômica do Brasil foi desacelerando no decorrer de 2011. Até maio o IBC-Br registrou crescimento de 4%, em junho o número caiu para 3,74% e em agosto chegou a 3,43%. No mês de setembro a expectativa era de 3,19% e em novembro (com as atividades de quase todo o ano) o número recuou para 2,88%.
IBC-Br define a taxa básica de juros
O IBC-Br, usado para medir o PIB, também é uma ferramenta utilizada pelo BC para definir a taxa de juros. Hoje os juros básicos estão em 10,5% ao ano. Em 2011 a taxa subiu para conter as pressões inflacionárias até julho do mesmo ano. Depois, com os problemas internacionais, o BC resolveu baixar a taxa no segundo semestre.
No começo de 2012, os juros recuaram para 10,5% (o ano terminou com uma taxa de 11%) e o Banco Central já anunciou que deve baixá-los para o próximo ano. O Banco muda as taxas de juro de acordo com as metas pré-estabelecidas e com a inflação. Em 2012 a inflação está estimada em 4,5%, podendo variar entre 2,5% e 6,5%. Mesmo com essas alterações a taxa de juros deverá se manter em 10,5%.