O comandante da Capitania dos Portos de Livorno, Gregorio De Falco, que travou intenso diálogo com o capitão do Costa Concordia, Francesco Schettino, na sexta-feira (13), quando o navio trombou contra rochas e naufragou, se tornou um herói nacional na Itália depois da divulgação do áudio da conversa. O país inteiro pôde escutar um comandante indignado com o capitão que, supostamente, abandonou a embarcação e fugiu enquanto milhares de passageiros ainda estavam esperando resgate.
Apesar de ter sido descrito como um herói, De Falco rejeita o título e pediu que a imprensa esqueça da sua existência. Em entrevista a um jornal italiano, a esposa do comandante, Rafaella, declarou “para nós é a ofensa mais dura porque há tantos marinheiros campanos que são como De Falco dos quais ninguém fala, tantos marinheiros valentes que não se comportam como o comandante Schettino e não merecem esse rótulo”.
De acordo com informações prestadas por subordinados de De Falco que presenciaram o momento em que o comandante tentava convencer o capitão a retornar o navio, De Falco chorava de raiva e indignação por ver o caráter “desumano” de Schettino. De Falco teria ficado inconformado com o fato que haviam mulheres, crianças, deficientes físicos, entre outros, nos andares inferiores à espera de ajuda.
Em sua defesa, Schettino declarou que não abandonou o barco, mas sim que foi lançado ao mar em algum momento depois do acidente. Conforme De Falco exigia que o capitão voltasse ao navio, Schettino afirmava que não teria como por conta da escuridão e pelo ângulo no qual o navio se encontrava.