Soldados brasileiros que participaram das operações de recuperação no Haiti, país que foi devastado por desastres naturais, vão ser investigados por acusações de terem espancado e assaltado jovens haitianos. A Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti fez o anúncio na quinta-feira (15) e afirmou que as acusações dizem respeito a maus-tratos por parte de membros das tropas brasileiras contra três jovens nativos do país.
Junto com o mesmo anúncio confirmando as investigações sobre o caso, a instituição da ONU destacou que vai fazer uso de todos os meios de imprensa que estiverem ao seu alcance “para esclarecer os fatos o mais rapidamente possível” e lembrou a sua política de “tolerância zero” para casos de má conduta dentro do seu contingente. A denúncia foi feita em uma entrevista coletiva da Rede Nacional de Defesa dos direitos Humanos (RNDDH) na quarta-feira (14) e que, após essa divulgação, se tornou pública.
De acordo com as informações prestadas pela RNDDH, um grupo de oito brasileiros membros da tropa da ONU teria atacado os três jovens. O local do ataque teria sido Fort Dimanche, no centro de Porto Príncipe, mas não foi oferecida data de quanto supostamente aconteceu. Os haitianos teriam tentado manter a luta com os brasileiros.
Imagens divulgadas pela imprensa haitiana na quinta-feira mostraram fotos dos autores das denúncias com machucados nos seus corpos. Na coletiva, a RNDDH condenou “os atos de agressão cometidos por soldados da Minustah, alguns dos quais foram já acusados de violação dos direitos de haitianos em várias cidades do país”.