Durante o regime militar no Brasil, que durou de 1964 a 1985, a educação passou por diversas transformações. O governo militar implementou uma série de reformas com o objetivo de moldar o sistema educacional de acordo com suas diretrizes ideológicas e políticas. Essas mudanças tiveram impactos significativos na estrutura e no conteúdo do ensino no país.
Como era a educação durante o regime militar? A educação durante o regime militar foi marcada por uma forte centralização e controle por parte do governo. O Estado assumiu um papel predominante na definição dos currículos escolares, enfatizando disciplinas como Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política do Brasil (OSPB). Essas matérias tinham o objetivo de inculcar nos estudantes os valores e ideais defendidos pelo regime, como o patriotismo e a obediência à autoridade.
Reformas Educacionais
Uma das principais reformas educacionais implementadas durante o regime militar foi a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1971. Essa lei reorganizou o sistema educacional brasileiro, estabelecendo um ensino mais técnico e profissionalizante, com o intuito de preparar os jovens para o mercado de trabalho. As escolas técnicas e os cursos profissionalizantes ganharam destaque, enquanto as disciplinas humanísticas foram relegadas a um segundo plano.
Além disso, o regime militar investiu na expansão do ensino superior, criando novas universidades e ampliando o acesso às instituições já existentes. No entanto, esse crescimento foi acompanhado de um rígido controle sobre o conteúdo das aulas e a atuação dos professores, que eram constantemente vigiados e, em muitos casos, perseguidos por suas posições políticas.
Controle Ideológico
O controle ideológico sobre a educação durante o regime militar também se manifestou na censura de livros e materiais didáticos. Obras consideradas subversivas ou contrárias aos interesses do governo eram proibidas ou alteradas para se adequarem à visão oficial. Esse controle se estendia também à formação dos professores, que passavam por um processo de seleção rigoroso e eram constantemente monitorados.
Outro aspecto importante foi a militarização de algumas instituições de ensino, como os colégios militares, onde a disciplina e a hierarquia eram rigidamente aplicadas. Esses colégios serviam como modelo para outras escolas, disseminando os valores defendidos pelo regime.
A educação durante o regime militar no Brasil foi, portanto, um instrumento de controle e propaganda política. As reformas implementadas pelo governo tinham o objetivo de moldar a sociedade de acordo com seus ideais, limitando a liberdade de expressão e o pensamento crítico nas escolas. Essa fase da história educacional brasileira deixou marcas profundas, que ainda influenciam o sistema educacional do país.