Com a apresentação de dados parciais ontem (16) pelo IBGE do Censo 2010, foi possível identificar que a Bahia avançou em quatro importantes pontos: saneamento, analfabetismo, taxa de fecundidade e distribuição de renda. Ainda que avançando, as quatro taxas mostram que a Bahia ainda possui a maior população de analfabetos.
São quase 1.730.000 baianos, com idade superior a 15 anos, que não tem a habilidade nem de leitura ou escrita. Isso equivale a 16,6% da população do estado. No país todo, os índices atingem 9,6% da população, resultando em 13.933.173 analfabetos brasileiros.
Quanto a taxa de fecundidade, as mulheres baianas estão tendo, em média, 1,8 filho. Na década de 70 este índice chegou a alcançar 7,2 filhos por mulher. “Esta taxa hoje é baixíssima e equivale à do Reino Unido. Já e menos do que a necessidade para a renovação populacional”, declara Joilson Rodrigues de Souza, supervisor da unidade estadual do IBGE na Bahia.
Para Clímaco Dias, professor do departamento de Geografia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), esta mudança é um fenômeno brasileiro que tem suas origens na urbanização, na reconfiguração das famílias e na condição da mulher no mercado de trabalho. “Outro dia, uma aluna de 25 anos me falou que, pelos seus cálculos, só terá um filhos daqui a 13 anos, quando ela se estabilizar financeiramente. As mulheres estão adiando a primeira maternidade”, explica.