Quando os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, suas atenções estavam voltadas principalmente para as lucrativas rotas de comércio das especiarias no Oriente. O Brasil, coberto por uma densa mata e sem sinais imediatos de riquezas minerais como ouro ou prata, não despertou grande interesse. A terra era vista como uma possibilidade secundária, cujo potencial ainda estava por ser descoberto. A prioridade de Portugal era manter o monopólio do comércio oriental, o que significava que as energias da coroa estavam concentradas em fortalecer e proteger as rotas e as feitorias na África e na Ásia.
Por que Portugal não se interessou de imediato pelo Brasil? A resposta reside na comparação das riquezas encontradas. No início, o Brasil não apresentava os mesmos atrativos que outras colônias. As primeiras expedições portuguesas ao Brasil não encontraram metais preciosos ou uma fonte de riqueza imediata, como as que foram encontradas pelos espanhóis na América Central e do Sul. Além disso, a estrutura econômica de Portugal na época não permitia uma grande expansão colonial, já que o país era relativamente pequeno e com recursos limitados. Somente após a constatação da existência do pau-brasil, uma madeira valiosa por seu pigmento vermelho, é que Portugal começou a investir na exploração do território brasileiro, ainda assim de forma bastante gradual e cautelosa. A exploração do pau-brasil iniciou-se através de um sistema de feitorias e do escambo com os indígenas, sem uma ocupação territorial efetiva e sistemática.
Portugal, com o passar dos anos e após a descoberta do açúcar no Nordeste, começou a valorizar mais o Brasil e a investir na sua colonização. A mudança de interesse ocorreu à medida que o potencial econômico do Brasil foi sendo revelado e as riquezas naturais do país começaram a ser exploradas, consolidando-se posteriormente com a descoberta do ouro no século XVIII.