O conselho de administração da Petrobras aprovou recentemente a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários da estatal referentes ao ano de 2023. A decisão foi tomada levando em consideração o lucro recorde obtido pela Petrobras no ano passado, que foi de R$ 124,6 bilhões. O montante total que poderia ser distribuído em dividendos extraordinários seria de R$ 43,9 bilhões, mas optou-se por pagar apenas metade desse valor.
Essa decisão foi tomada após uma série de polêmicas e divergências no conselho de administração. Inicialmente, em uma reunião realizada em março, o conselho havia decidido reter 100% dos dividendos extras em uma reserva estatutária, devido a preocupações com a capacidade de investimento da empresa. No entanto, a diretoria executiva da Petrobras defendeu desde o início o pagamento de 50% dos dividendos possíveis.
Essa aprovação aconteceu após o presidente-executivo da Petrobras passar por um processo de “fritura”, que poderia ter levado à sua demissão. Entretanto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu manter Jean Paul Prates no cargo, acatando a proposta da diretoria da empresa.
A decisão de distribuir apenas metade dos dividendos extras possibilitará que a Petrobras envie o valor remanescente para a reserva estatutária, garantindo assim uma maior capacidade de investimento da empresa.
Essa notícia teve um impacto positivo nos mercados, com as ações da Petrobras operando em forte alta após a decisão. As ações do tipo ordinárias (PETR3) subiram 1,96% e estavam sendo negociadas a R$ 44,12, enquanto os papéis preferenciais (PETR4) operavam em alta de 2,08%, a R$ 42,09.
No que diz respeito aos acionistas, a distribuição dos dividendos extraordinários será feita em duas parcelas. A primeira parcela, no valor de R$ 1,44 por ação, será paga no dia 20 de maio, e a segunda parcela, também no valor de R$ 1,44 por ação, será paga no dia 20 de junho. Para os detentores de ADRs, ações negociadas nos Estados Unidos, os pagamentos serão realizados em 28 de maio e 27 de junho.
O governo federal, como maior acionista da Petrobras, deverá receber cerca de R$ 6 bilhões com essa distribuição de dividendos extras, além dos R$ 14,2 bilhões referentes aos dividendos ordinários. Essa receita representa um alívio fiscal diante da projeção de déficit no orçamento para o ano de 2024.
Além da aprovação do pagamento dos dividendos, a assembleia de acionistas também aprovou a manutenção de um Conselho de Administração composto por 11 membros. Essa decisão ocorreu após disputas e divergências entre os membros do conselho, indicados pelo Ministério de Minas e Energia e pelo presidente-executivo da Petrobras.
A aprovação dos dividendos extras de 50% e as decisões tomadas na assembleia têm um impacto significativo na estrutura organizacional da Petrobras. Essas decisões refletem um alinhamento entre a diretoria executiva, o presidente da empresa e o governo federal. Além disso, a eleição de novos membros para o Conselho de Administração poderá trazer mudanças na gestão da empresa, trazendo desafios e oportunidades para o futuro.
Em resumo, a Petrobras aprovou o pagamento de 50% dos dividendos extras, levando em conta o recorde de lucro da empresa em 2023. Essa decisão teve um impacto positivo nos mercados e trará benefícios financeiros tanto para a Petrobras quanto para os acionistas, incluindo o governo federal. As repercussões dessa decisão abrangem não apenas os aspectos financeiros, mas também a estrutura organizacional da empresa.