Angela Katayama, engenheira elétrica de 46 anos, voltou a estudar após 23 anos para tentar uma vaga na universidade. Angela é uma das, aproximadamente, cinco milhões de pessoas inscritas para fazerem o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos dias 22 e 23 de outubro. Ela largou a carreira na engenharia, pediu a conta no emprego e agora, finalmente, pretende realizar o sonho de ser médica.
Há dois meses Angela está se preparando para o exame. Ela frequenta as aulas, diariamente, no Cursinho Oficina do Estudante, na cidade de Campinas. Em uma sexta-feira ela abandonou o emprego e na segunda já era estudante novamente. Ela pretende usar os pontos conseguidos no Enem para a segunda etapa do vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mas também vai tentar a Fuvest.
Ela afirma que teve um pouco de dificuldade no começo das aulas, inclusive para formular textos, pois na época que estudou a redação não era argumentativa. Angela diz que gostava da engenharia, mas queria mesmo ser médica. Os estudos da candidata não ficam somente no cursinho. A tarde ela pega os cadernos e livros e repassa os conteúdos. Mas ela afirma que agora, na reta final, não é o momento de estudar sem parar, é preciso haver um equilíbrio entre os estudos e o descanso.
Angela é casada, mas não tem filhos. Ela afirma que teve todo o apoio e incentivo do esposo, mas acreditava que os colegas de turma não a receberiam bem. Teve uma surpresa. Os estudantes, com idades entre 17 e 23 anos, foram muito receptivos. Segundo a candidata, ela pode ter vantagens sobre os outros concorrentes pela maturidade e experiência profissional.