Começou na noite de ontem o primeiro dia de desfiles de Carnaval das escolas de samba de São Paulo. Misturando marchinhas que falam da origem do samba, homenagem a clubes de futebol, antigas civilizações e alguns truques de mágica, a primeira noite de carnaval 2015 não empolgou ou mesmo trouxe muitas novidades. O desfile do grupo especial acabou revelando a reciclagem de muitos ritmos, cenários e até mesmo coreografias passadas. Sem apresentar nenhum desfile arrebatador para o público, ou mesmo uma ideia que fosse bastante inovadora, a primeira noite de desfiles terminou já com a luz do sol, deixando nos críticos a impressão que o desfile da campeã ainda não havia passado.
O grande diferencial da noite foi a escola Rosas de Ouro, que conseguiu criar um desfile misturando emoção, técnica e luxo, deixando clara a estratégia de não ficar com o vice campeonato pelo quarto ano consecutivo. O desfile começou com uma abertura da Mancha Verde, que preparou uma exaltação ao Palmeiras. Nada original, o tema acabou somente reafirmando a teoria de que quando as escolas de samba surgem das torcidas uniformizadas, acabam passando o resto de sua história com dificuldade em separar futebol de carnaval.
O problema é que escolher um time como tema do desfile acaba sendo uma armadilha, já que o público composto por torcedores de outros clubes não acabam sendo contemplados por este mesmo espetáculo. Já para os palmeirenses, o desfile da Mancha foi inesquecível, trazendo todas as referências à história do clube, como os ídolos do Palmeiras, a nova arena, os títulos que já foram conquistados e vários momentos marcantes vividos pelo time até então. Mesmo focando no futebol, o desfile ainda destacou em várias alas a imigração italiana.
Mas foi a chegada da Rosas de Ouro, quinta escola a entrar no sambódromo, que o público esperava ansioso. O desfile foi marcado por muita magia e também um enredo que se apoiou em contos de fada. Em 2014, a escola acabou sendo prejudicada por uma chuva de granizo, que danificou várias fantasias e carros alegóricos. Nesse ano, a Rosas de Ouro tomou cuidado em detalhes para realmente apresentar um desfile de campeã. O carnavalesco Jorge Freitas garantiu um desfile perfeito, sem erros. Até mesmo teve o cuidado de pedir que o samba enredo fosse executado em tom acima, quando percebeu que havia um número grande de mulheres e vozes femininas.