Nessa quinta-feira (22), o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) se tornou o primeiro a fazer um transplante multivisceral por uma instituição pública em todo o país. Essa cirurgia é responsável pela substituição de muitos órgãos de uma só vez, e é baseada em um protocolo de pesquisa que realiza 10 procedimentos deste tipo no hospital, financiados pelo Ministério as Saúde.
O paciente José Cícero Lita da Silva, de 31 anos, recebeu o transplante e de acordo com o cirurgião Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque, diretor do Serviço de Transplante e Cirurgia do Fígado do HC, esse paciente veio de Maceió, e foi decido fazer a cirurgia após identificar sua real necessidade, ele havia apresentado problemas no aparelho digestivo, já faziam dois anos, quando recebeu o diagnóstico de um tumor neuroendócrino de baixa atividade, já estava grande e portanto, havia se espalhado por diversos órgãos do sistema digestivo.
Ele recebeu encaminhamento para o HC há mais ou menos sete meses, e precisou aguardar como candidato a este tipo de cirurgia, que é delicada e arriscada. “Ele não tinha mais condições cirúrgicas. A única solução, pela característica histológica e pelo comportamento do tumor, era o transplante multivisceral”, conta o cirurgião.
Boas condições
Em seu transplante, ele recebeu um novo: Estômago, duodeno, intestino grosso, intestino delgado, pâncreas e fígado. Todo o procedimento levou quase 12 horas, começando as 6 horas da manhã e precisou de uma equipe de 24 pessoas, entre médicos, enfermeiros, coordenadores de transplante e a equipe que é responsável por preparar os órgãos para o paciente.
Atualmente José Cícero se mantém em estado estável e deverá ficar desacordado por mais três dias. Segundo o cirurgião informou, ele recebeu 35 bolsas de sangue. O cirurgião D’Albuquerque explica que, a maior dificuldade quando se trata desse tipo de transplante, é encontrar um doador único que possua boas condições em todos os órgãos.