Para o norte-americano Paul Krugman, vencedor do prêmio Nobel de Economia, a solidez apresentada pelo Brasil ao enfrentar crises internas e externas pode não ser o suficiente para não sofrer influência da situação financeira preocupante da China. Isso porque a economia brasileira é basicamente exportadora de commodities.
Para Krugman, esta modalidade econômica do Brasil abre brechas para que a crise na china gere “choques” por aqui. Não seria o suficiente para que a própria economia brasileira entrasse em recessão, mas poderia reduzir o número de exportações realizadas para aquele país.
O desequilíbrio da economia chinesa, para ele, é evidente, e aquela nação não tem conseguido manter os altos índices de crescimento que vinham sendo apresentados nos últimos anos. Este panorama é evidenciado nas análises de estatísticas financeiras da China, que segundo Krugman têm sido obra de ficção científica, uma vez que o panorama real vai contra os números apresentados.
Krugman afirmou que a China precisaria passar por grandes reformas financeiras para manter as altas taxas de crescimento que foram apresentadas durante os últimos tempos. Segundo ele, isto traria nova estabilidade ao mercado financeiro, e melhoraria a influência econômica chinesa no mundo.
Blindado
Para o Brasil, apesar da possibilidade de reflexos da crise da China na economia local, não há motivos para preocupação. Isso porque há por aqui a experiência de ter revertido as influências negativas de outras crises internacionais. Portanto, os reflexos seriam pequenos demais para desestabilizar o mercado do Brasil.
Paul Krugman lembrou que, desde 1999, quando o real sofreu grande queda e houve o maior risco de crise do plano financeiro, o problema não passou de uma depreciação. A inflação chegou a índices bastante elevados, mas não exerceu um efeito catastrófico. Desde então, nenhuma outra grande crise esteve perto de acontecer, oq eu também “encorpou“ o mercado financeiro daqui. Além disso, o controle sobre a inflação e a política fiscal mais responsável podem blindar o país.